quinta-feira, outubro 16, 2008

NOVA CARTA DA TIA AMBRÓSIA AO SEU DOCE PEDRINHO




Meu adorado Pedrinho, minha ternura e meu encanto

Muito estimo que esta minha carta o vá encontrar bem de saúde, de haveres e de amores, que eu cá continuo da forma do costume,

(não fosse a minha espinha, as varizes, o reumático, a vista, o coração, os joanetes e as saudades!...)
com a graça do Senhor e de sua amantíssima Mãe.

Deram-me há dias este retrato do rico tirado, como não podia deixar de ser, dum jornal.

(Como todos eles o tratam com tanto respeito e admiração!)

Estremeci, como sempre. Mas atentei na sua cara laroca: que safadinho, o meu rico está no retrato! Que ar mais maroto! Uma pinta de Pedrinho travesso, pronto a saltar para o meio da roda e dar o seu espectaculozinho!

(devia haver rabinho de saia no horizonte, mas não muito longe da sua mãozita atrevida)

As pessoas sensatas, saudosas da “ordem”, da “autoridade” e do “respeitinho” já têm no Zezito o caminho meio andado. Mas a mim ninguém me tira da ideia que é o meu doce e encantador Pedrinho quem vai acabar por assumir as rédeas do poder, nos moldes antigos...

(... mas sem fazer doer tanto,
como propõe o presidente da junta da vizinha freguesia de A VER QUANDO, o Joaquim da Efigénia,
que foi do MRPP, depois mudou para o CDS, depois virou para o PPD
e agora aconchegou-se com os socialistas.
Mas não é comunista! Credo!)

A sensatez, a constância, o equilíbrio, a estatura e a pose de Estado, o apego ao trabalho, a tranquilidade de uma vida regrada e exemplar, garante de uma estabilidade emocional sempre desejável, e a maturidade têm no rico a sua perfeita matriz, o seu acabado modelo.

O rico há-de achar estranho e impossível esta última frase ter sido escrita por mim... Bem, escrita por mim foi, que a copiei. Mas não saiu da minha pobre cabeça... Claro que não é com a minha segunda classe tirada no antigamente ao cabo de 7 penosos anos de escola que eu ficava a saber escrever daquele jeito! Imagine que quando li essa da matriz, até pensei que se falasse da igreja de S. Romão, a mais antiga.
Pois, é que desta vez fui a Lisboa e a Leninha

(claro, essa mesmo,
a serena e discreta mãe do Paulinho
– que homenzinho ele está! Tão sério e nada fraldiqueiro... –
e do Miguelinho
– ai! Nossa Senhora do Caramelo (desculpe, do Carmelo, acho que é assim)
o acompanhe e converta e o leve à sua santa companhia)

... Dizia eu que a Leninha – a quem eu, tantos anos, tratei da costura e das roupas – e a quem o meu querido fazia os recados, para receber uns trocados – a Leninha, voltando a ela, desta vez, além de me dar a mãozinha do costume aos meus errozitos, deixou-me essa frase aí que achava de belo efeito e que lhe iria cair muito bem.

(Ela falou em compacto ou impacto ou lá o que é isso)
E quando não é a Leninha é a Lara Jolie, a neta da Carolina do Severiano, aquela que apanhava malhas na drogaria do Sebastião, miúda inteligentíssima que aos 14 anos já conseguia acabar o antigo primeiro ano do liceu e que hoje trabalha nas caixas do Lidl... Rapariga espevitada e de grande cultura

(Lê o Correio da Manhã, a Caras e a Nova Gente, as Selecções e o Sol e é devoradora dos programas da TVI)

Bom, o rico recorda-se da mãe da Lara Jolie, seu maroto!

(Havia lá rabinho de saia que lhe escapasse! Ou colinho que o querido rejeitasse!)

Mas que digo eu? Não havia? Credo! Cruzes! Até parece que o meu anjo já cá não está... Lagarto, lagarto, lagarto!
(Pois! O seu Sporting... Só desgostos! Não é meu bem?)
Abrenúncio t’arrenego, escarafunchoso dos confins dos infernos!

Não havia nem há, seu maroto!

E com esta me despeço, desejando-lhe o melhor de tudo do mundo, com um beijo muito grande desta sua querida tia que o não esquece dia nenhum nas suas orações

“tia” Ambrósia da Conceição

PS (não se assuste, não é política): quanto aos tais 6 mil contos que lhe “emprestei”, não se rale com isso meu amor. O que é isso ao pé dos outros milhares?!....
E que importa, pois se a minha única razão de viver é o meu rico?!
Terno e saudoso beijo

A.
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