domingo, março 20, 2005

"ADEUSINHO ATÉ AO MEU REGRESSO..."

vou libertá-los, por uns dias

(até 31 de Março).

Até porque o sr Felisberto vai

passar uns dias à terra.

E a tia Ambrósia

(super desgostosa por causa do Toninho)

vai fazer um retiro ao Sameiro

e outro Á Sra da Ladeira…

CIAO

sábado, março 19, 2005

O SR AMADEU E O SEU SPORTING


- O sr Amadeu, hoje, vem com outra disposição…

- Era o que faltava: que o homem fosse sempre Pesudo... Hoje foi Peseiro.
Fiquei um bocado na dúvida: Fomos nós que quisemos ou foram eles que não quiseram?
O
Middlesbrough não jogou que chegasse. O Sporting jogou pouco, mas jogou o bastante.

- Estou a entender: o Sporting não o satisfez!...

- Não é bem isso: ganharam. Só um golo (do Pedro Barbosa), mas ganhou… Fiquei – ficámos satisfeitos.

- Vamos ver agora com o Porto, não é?

- Aí é que está o busílis. É outra conversa. Mas vamos ganhar – digo-lhe eu. Escreva aí.

sexta-feira, março 18, 2005

“FRASE DO DIA...”


"Se o Pinto da Costa for preso.... Custoias para o ano está na Superliga"

quarta-feira, março 16, 2005

…@HOTMAIL.COM


Nunca entendi. Mas são muitos.

Então agora que utilizo muito mais este meio de comunicação, já os conheço à distância: os mails cujo servidor é o hotmail!

O produto deve ser “vendido” pelos respectivos publicitários como o supra sumo dos servidores de correio electrónico.

E é, de facto, fantástico: sete mensagens, e já gorgulha, já se sente incomodado, já esperneia. Mas resiste.

Dez mensagens? Fica em pânico. Protesta. Diz que é um exagero. Que não pode com a sobrecarga. Mas… Aguenta. Vacilante. A muito custo.

Vinte mensagens? Fica empanzinado. Engasga-se. Entope. Pára. Desiste. Devolve.

E convenhamos: 20 mensagens – um exagero duns 15 ou 20 kb – é, realmente demais. Pode lá ser! Com muito menos todos os outros servidores baqueiam.

Com certeza.

Bom, mas é óptimo, pelos vistos. Alguém o disse – e muitos (muitos mesmo) acreditaram.

Quando tenho de mandar uma mensagem com destino hotmail… Fico na expectativa: uns dois minutos e está de volta, devolvido. Não falha em 99,99% dos casos.

Justificação: “caixa de correio cheia”. Não tem que saber!

Mas é espantosamente bom, e útil, e eficaz, e rápido. Quem duvida?

Só tem esse pequeno problema de ter que ser limpo de meia dúzia em meia dúzia de mensagens, ou seja, umas 4 ou 5 vezes por dia!
Paciência. Não se pode ter tudo. Nem é assim tão grande custo para tamanho benefício. Claro.

Dei comigo a perguntar-me: mas, porque carga d’água assim tantos embarcaram?

Penso ter descoberto a resposta. Julgo que “vi” o estratagema. Mas ainda não me tirei dos meus cuidados para tirar o assunto a limpo. Confesso que já estive, até, para me fingir candidato a cliente para confirmar a minha suspeita…

Mas tem de ser o que me ocorreu.

O que se passa deve ser o seguinte: o servidor hotmail oferecerá, na venda do produto, um balde e um regador para as crianças levarem para a praia. E mais um telemóvel daqueles da 1ª geração, indiscutivelmente práticos e cómodos, que se transportavam numa mala (mas bem grande). E ainda um aparelho TV dos anos 50, aqueles caixotinhos que só mediam 86x92x96, com brilhante imagem a preto e branco e com “chuva”/”areia” apenas 21 horas por dia. E mais um pacote de TIDE. E ainda uma lata de salsichas. E também um presunto de Chaves. Mais uma caixa de parafusos philips e respectiva chave. Como, ainda, uma rifa para o sorteio de um moderno carro, um Fiat 500 (de há 30 e tal anos), para levar toda a família a passear. E uma viagem à lua na carruagem espacial que partirá de Cuba (Alentejo) no dia 29 de Fevereiro de 2157. Ainda uma garrafa de água-pé, colheita de 1927. Mais um gelado olá p’r’a menina e uma bola de borracha p’r’o menino. Como um cojunto de viagem, samsonite, daqueles recentes, modernos, de há 28 anos (cuja mala, VAZIA, pesava a bagatela de 47 kg). Por fim, uma caixa de pensos rápidos.

Só pode ser. Doutra maneira não se compreende. Assim, talvez os desculpe (aos aderentes – não aos promotores).

E eu – e tantos mais – numa desesperada e vã esperança de uma resposta! Que não vem, nem daí a seis semanas (depois de 72 insistências de reenvio)!

Desculpem qualquer coisinha: mas não entendo tal persistência.

Bye-bye.

E TRATEM-SE!


terça-feira, março 15, 2005

O SR AMADEU E O SPORTING


- Viu? Li hoje no jornal que o José Couceiro terá afirmado que as derrotas se ultrapassam com vitórias…

- Também li, sr Felisberto. E até me perguntei: e cadê essas vitórias? Para quando, assim seguinhas… todas…?
Não vejo jeito…
Cá na minha continua mais Pesudo que Peseiro.


RESPOSTA DA TIA AMBRÓSIA A UM TELEFONEMA DO TONINHO

Meu rico!

Muito estimo que esta vá encontrar o rico de boa saúde. Eu cá vou na forma do costume, com a graça de Deus.

Se lhe venho dar a minha opinião, é porque o lindo filho ma pediu.
Fiquei a matutar nesse seu telefonema de Sexta-feira passada.
E acho que encontrei a melhor solução:
perante as três hipóteses que o rico filho me colocou (voltar à Câmara de Lisboa; aceitar ser presidente da junta de freguesia de Penada ou ser presidente do conselho fiscal do grupo cultural desportivo recreativo e familiar dos “IS”, lá para a Damaia)… Inclino-me mais para a Câmara de Lisboa.

Mas vê? Eu não dizia ao meu pequerrucho que havia de ser um presidente?

Que o Senhor dos Passos o acompanhe! E a Senhora das Graças o proteja!

Eu cá sei bem o que o rico vale. Ouro, muito ouro.

Esqueça os ingratos e os mauzões, meu querido.

Anime-se, que com a graça do Senhor vai ser ainda muito desejado. Se vai!

Um beijinho grande, enorme, desta que nunca o esquece nas suas orações

Tia Ambrósia


O SR AMADEU E O SPORTING




- Já viu, sr Felisberto? Mas quem é o Penafiel?

- Calma, sr Amadeu. Hoje não é assim. Há cada vez menos distância entre os ditos grandes e os pequenos…

- Certo. Mas em casa? Com um clube que ainda ontem estava na 2ª divisão? O que é isto?!

- E o Peseiro?

- Ora, as desculpas do costume: jogámos bem… mas não concretizámos…
Conversa.
Não, ainda não é desta. Nem pensar. E para ajudar à festa, o sr que se segue é o Porto. Estamos fritos.

Só desgostos.

sábado, março 12, 2005

CARTA DA “TIA” AMBRÓSIA AO TONINHO: UM ADEUS!

Meu adorado Toninho,

Muito estimo que esta o vá encontrar o melhor possível. Eu, por cá… Mais ou menos.

Pois é, meu rico: tudo o que é bom, acaba cedo!

Foi ontem o dia do adeus. A mim pareceu-me um dia de finados, que Nossa Senhora do Carmo me perdoe. Que tristeza imensa, que angústia – Nossa Senhora dos Aflitos nos acuda.

Ainda agora - que chegou a hora do adeus do rico filho ao governo da Nação – ainda agora, dizia eu, me confrange e impressiona que a ditosa Pátria tenha sido tão madrasta para o meu santo menino – São Januário o proteja.

Deitarem fora – é triste, mas foi o que se passou – um valor como o rico filho! Uma personalidade tão consciente, tão sensata, tão reflectida, competente e constante e adulta, como o menino, ser desprezada e achincalhada, ser combatida e afastada – é no mínimo cegueira e tremenda injustiça. Santo Agapito nos defenda.

O orgulho que eu sentia de ser “tia” do Presidente do Conselho!

Ah! Mas o rico vai, por certo, ser presidente de qualquer coisa. Não pode mesmo deixar de ser!

Na Câmara, parece que o seu amigo não estará muito pelos ajustes… Mas de alguma coisa vai ser presidente. Tenho a certeza. E todos esperamos.

No entanto, repito (o assunto é melindroso, mas conheço bem as dificuldades do rico filho), se precisar de uns trocados (forma modesta de dizer, claro), ou se precisar de um dos meus andares – ou da tal casinha no Beco da Fonte, ao bairro do Tancredo ou do andar na Travessa do Vintém das Escolas, a Benfica -… É só dizer, meu querido.

Meu rico: também eu partilho da sua mágoa e da sua profunda tristeza. Santo Ildefonso nos acompanhe.

Um beijo enorme, de amor e saudade, de quem nunca o esquece nas sua orações, a

Tia Ambrósia


O SR AMADEU E O SPORTING


- Então, sr Amadeu, o nosso Sporting, lá na Inglaterra, p’r’a taça UEFA, na Quinta-feira, portou-se bem!

- Olhe que nem por isso, sr Felisberto. Como disse um jornalista, estivemos “entre a goleada e o sofrimento”. Estivemos a ganhar por 3-0, veja bem. Depois… Depois os outros iam-nos pregando a partida – marcaram dois golos! Isso é que foi sofrer, caramba.

Mas bom, mesmo bom, foi o Porto ontem: 4 secos do Nacional. É obra! E EM CASA!...

- !!!

- Parece-me que o Couceiro o não merecia. Se fosse o vaidoseco do Mourinho – convencido que é o melhor do planeta… Merecia. Como merece o arrogante, o morcão do Pinto da Costa! Esse merece sempre perder.

- Mas o Peseiro vai dando conta do recado…

- Nem sempre: às vezes deixa-me dúvidas sobre a sua competência. Peseiro vem de pé, ora não vem?

-?

- Pois, de vez em quando, é mesmo um “pé”. Nessas alturas não é Peseiro. É Pesudo.

Essa é que é essa!


sexta-feira, março 11, 2005

COITADA DA CÍNTIA… QUE AZAR! QUE EMBARAÇO!

Não, não sou purista. Nem puritano.

Nada disso. Nunca fui.

Só que, há palavras que não fazem parte do meu vocabulário. Muito menos do corrente.

Como eu, afinal, tantos. Mas somos todos “normais”.

Mas este arrazoado porquê?

Ora, porque recebi um email com a história da pobre Cíntia, em linguagem brejeira, mas nada demais, e que não resisto a transcrever.

Divirtam-se. Eu diverti-me imenso.

Imaginei todas as situações e… Ri-me a bom rir.

« História de amor...

Amiga:
Conforme minha promessa, estou enviando um e-mail contando as novidades da minha primeira semana depois de ser transferida pela firma para o Rio de Janeiro. Terminei hoje de arrumar as coisas no meu novo apartamento. Ficou uma gracinha, mas estou exausta. São dez da noite e já estou pregada.
Segunda-Feira: Cheguei na firma e já adorei. Entrei no elevador quase no mesmo instante que o homem mais lindo desse planeta. Ele é loiro, tem olhos verdes e o corpo musculoso parece querer arrebentar o terno. Lindooooo! Estou apaixonada. Olhei disfarçadamente a hora no meu relógio de pulso e fiz uma promessa de estar parada defronte ao elevador todos os dias a essa mesma hora. Ele desceu no andar da engenharia. Conheci o pessoal do setor, todos foram atenciosos comigo. Até o meu chefe foi super delicado. Estou maravilhada com essa cidade. Cheguei em casa e comi comida enlatada. Amanhã vou a um mercado comprar alguma coisa.

Terça-Feira: Amiga! Precisava contar. Sabe aquele homem de quem falei? Ele olhou para mim e sorriu quando entramos no elevador. Fiquei sem ação e baixei a cabeça. Como sou burra! Passei o dia no trabalho pensando que preciso fazer um regime. Me olhei no espelho hoje de manhã e estou com uma barriguinha indiscreta. Fui no mercado e só comprei coisinhas leves: biscoitos, legumes e chás. Resolvido! Estou de dieta.
Quarta-Feira: Acordei com dor-de-cabeça. Acho que foi a folha de alface ou o biscoito do jantar. Preciso manter-me firme na dieta. Quero emagrecer dois quilos até o fim-de-semana. Ah! O nome dele é Marcelo. Ouvi um amigo dele falando com ele no elevador. E ainda tem mais: ele desmanchou o noivado há dois meses e está sozinho. Consegui sorrir para ele quando entrou no elevador e me cumprimentou. Estou progredindo, né? Como faço para me insinuar sem parecer vulgar? Comprei um vestido dois números menor que o meu. Será a minha meta.

Quinta-Feira: O Marcelo me cumprimentou ao entrar no elevador. Seu sorriso iluminou tudo! Ele me perguntou se eu era a arquiteta que viera transferida de Brasília e eu só fiz: "U-hum"... Ele me perguntou se eu estava gostando do Rio e eu disse: "U-hum". Aí ele perguntou se eu já havia estado antes aqui e eu disse: "U-hum". Então ele perguntou se eu só sabia falar "U-hum" e eu respondi: "Ã-hã". Será que fui muito evasiva? Será que eu deveria ter falado um pouco mais? Ai, amiga! Estou tão apaixonada! Estou resolvida! Amanhã vou perguntar se ele não gostaria de me mostrar o Rio de Janeiro no final de semana. Quanto ao resto, bem... ando com muita enxaqueca. Acho que vou quebrar meu regime hoje. Estou fazendo uma sopa de legumes. Espero que não me engorde demais.

Sexta-Feira: Amiga! Estou arruinada! Ontem à noite não resisti e me empanturrei. Coloquei bastante batata-doce na sopa, além de couve, repolho e beterraba. Menina, saí de casa que parecia um caminhão de lixo. Como eu peidava! (nossa! Você não imagina a minha vergonha de contar isto, mas se eu não desabafar, vou me jogar pela janela!). No metrô, durante o trajeto para o trabalho, bastava um solavanco para eu soltar um futum que nem eu mesma suportava. Teve um momento em que alguém dentro do trem gritou: "Aí! Peidar até pode, mas jogar merda em pó dentro do vagão é muita sacanagem!" Uma senhora gorda foi responsabilizada. Todo mundo olhava para ela, tadinha. Ela ficou vermelha, ficou amarela, e eu aproveitava cada mudança de cor para soltar outro. O meu maior medo era prender e sair um barulhento. Eu estava morta de vergonha. Desci na estação e parei atrás de uma moça com um bebê no colo, enquanto aguardava minha vez de sair pela roleta. Aproveitei e soltei mais um. O senhor que estava na frente da mulher com o bebê virou-se para ela e disse: "Dona! É melhor a senhora jogar esse bebê fora porque ele está estragado!". Na entrada do prédio onde trabalho tem uma senhora que vende bolinhos, café, queijo, essas coisas de camelô. Pois eu ia passando e um freguês começou a cheirar um pastel, justo na hora em que o futum se espalhou. O sujeito jogou o pastel no lixo e reclamou: "Pó, dona Maria! Esse pastel tá bichado!" Entrei no prédio resolvida a subir os dezesseis degraus pela escada. Meu azar foi que o Marcelo ficou segurando a porta, esperando que eu entrasse. Como não me decidia, ele me puxou pelo braço e apertou o botão do meu andar. Já no terceiro andar ficamos sozinhos. Cheguei a me sentir aliviada, pois assim a viagem terminaria mais rápido. Pensei rápido demais. O elevador deu um solavanco e as luzes se apagaram. Quase instantaneamente a iluminação de emergência acendeu. Marcelo sorriu (ai, aquele sorriso...) e disse que era a bruxa da sexta-feira. Era assim mesmo, logo a luz voltaria, não precisava se preocupar. Mal sabia ele que eu estava mesmo preocupada. Amiga, juro que tentei prender. Mas antes que saísse com estrondo, deixei escapar. Abaixei e fiquei respirando rápido, tentando aspirar o máximo possível, como se estivesse me sentindo mal, com falta de ar. Já se imaginou numa situação dessas? Peidar e ficar tentando aspirar o peido para que o homem mais lindo do mundo não perceba que você peidou? Ele ficou muito preocupado comigo e, se percebeu o mau cheiro, não o demonstrou. Quando achei que a catinga havia passado, voltei a respirar normal. Disse para ele que eu era claustrófoba. Mal ele me ajudou a levantar, eu não consegui prender o segundo, que saiu ainda pior que o anterior. O coitado dessa vez ficou meio azulado, mas ainda não disse nada. Abaixei novamente e fiquei respirando rápido de novo, como uma mulher em estado de parto. Dessa vez Marcelo ficou afastado, no canto mais distante de mim no elevador. Na ânsia de disfarçar, fiquei olhando para a sola dos meus sapatos, como se estivesse buscando a origem daquele fedor horroroso. Ele ficou lá, no canto, impávido. Nem bem o cheiro se esvaiu e veio outro. Ele se desesperou e começou a apertar a campainha de emergência. Coitado! Ele esmurrou a porta, gritou, esperneou, e eu lá, na respiração cachorrinho. Quando a catinga dissipou, ele se acalmou. As lágrimas começaram a escorrer pelos meus olhos. Ele me viu chorando, enxugou meus olhos e disse: "Meus olhos também estão ardendo..." Eu juro que pensei que ele fosse dizer algo bonito. Aquilo me magoou profundamente. Pensei: "Ah, é, FDP? Então acabou a respiração cachorrinho..." Depois disso, no primeiro ele cobriu o rosto com o paletó. No segundo, enrolou a cabeça. No terceiro, prendeu a respiração, no quarto, ele ficou roxo. No quinto, me sacudiu pelos braços e berrou: "Mulher! Pára de se cagar!". Depois disso ele só chorava. Chorou como um bebê até sermos resgatados, quatro horas depois. Entrei no escritório e pedi minha transferência para outro lugar, de preferência outro País.
Apague este e-mail depois de ler, tá?

Sua amiga,

Cinthia»

Se calhar eu tinha razão… Tem graça, não tem?

Coitadas das cíntias! E dos cíntios!


terça-feira, março 08, 2005

ESTA ALDEIA QUE É O MUNDO

Eu a pensar que só recebia correio da Pica, de Sta Iria da Azóia e da Reboleira!...

Chega-me hoje uma carta (nome COMPLETO, endereço explícito, código postal correcto, inclusive os três últimos algarismos(!). Em inglês, só “Lisbon”. Mas endereçado para Portugal, não para Espanha), remetida de “6502 Yonge St. / P.O.B. 37010 / Toronto, ON, M2M 4J8 / Canada”…

Vinha de “Casino on net”, oferecendo-me um cartão “Pacific Pocker” / “your bonus card”, “Exclusive offer / $10 free / No deposit required”!

Que simpatia! Que generosidade!

Não é a primeira vez que recebo correio lá dos confins. Como toda a gente.

Mas fico sempre a matutar: como me descobriram? É que não fiz nada por isso...
Os processos que essa gente utiliza!

Bem estou farto de pedir (rogar, é o termo) ao sr Felisberto que não divulgue os meus dados pessoais!
Mas que fazer! Ele, na sua credulidade, bem intencionado que é, lá escorrega. Ou alguém por ele.

Estamos, cada vez mais, na tal aldeia global.


segunda-feira, março 07, 2005

SPORTING, PERDE OUTRA VEZ!

Chegado, o sr Amadeu amachuca o cachecol e atira-o, com evidente desespero, para cima da mesa.

O sr Felisberto, cauteloso: “as coisas não correram bem ao nosso Sporting, está bem de ver…”

“Perder por 1-0 com aqueles coxos!” – responde o outro – “Se já se viu! Dominaram, dominaram, mas não ganharam. São uns pencos. Só me dão desgostos.”


A MESMA FRASE… DEZ ACTORES

A mesma frase - “então? Embora cansados, queremos realçar a nossa vontade de vencer. Calma, rapazes: venceremos” - dita por nove diferentes indivíduos:

Um indivíduo que não pronuncia os “R”:
“Então? Emboga cansados, queguemos guealçar a nossa vontade de vencegue. Calma, gapazes: venceguemos.”

Um indivíduo que carrega nos “R”:
“Então? Emborra cansados, querremos rrealçar a nossa vontade de vencerre. Calma, rrapazes: vencerremos.”

Um indivíduo “hard” do distrito do Porto ou de Braga:
“Então, car…?: embora cansados, car…, queremos realçar, fod… a nossa vontade, car… de vencer, pu… que par…, car… porra!
Calma, rapazes, car…: venceremos, porra! Car… FO-D…”

Um indivíduo da mesma zona, mas “soft”:
“Então, carago? Embora cansados, carago, queremos realçar, fogo, a nossa vontade de vencer, carago. Calma, rapazes, carago: venceremos, carago. FOGO!”

Um indivíduo da zona de Valpaços:
“Então? Embora cansadoje, queremoje realçar a nossa vontade de vencer. Calma, rapazeje: venceremoje.”

Um alentejano:
“Atão, compadres? Embora cansados, compadres, queremos realçar a nossa vontade de vencer, compadres. Calma, compadres: venceremos, porra. Tal stá a moenga, hein?”

Um indivíduo beirão, da zona de S. Pedro do Sul:
“Então? Embora cansadoce, queremoce realçar a nossa vontade de vencer. Calma, rapazeces: venceremoce.

Um angolano da zona de Malange:
“Atão? Embora cansado, ué, querer rearçar a nossa vontá de vencê, ué. Carma, carcinha. Uéééé!”

Um carioca:
“Oi, gentge, então? Embora cansados, quêrêmos rialçá, gentge, a nossa vontadge di vêncê. Calma, gentge.”

Uma “tia” dos estoris:
“En-tão, ri-cos? Em-bo-ra can-sa-dos, meus amo-res, que-re-mos re-al-çar, a-mo-res, a no-ssa von-ta-de de vem-cer, não é meus a-mo-res?! Cal-ma ri-cos. ven-ce-re-mos, a-mo-res!”


quarta-feira, março 02, 2005

UM DESASSOSSEGO

Anos 70: os relógios de quartzo, com sinal horário e alarme sonoros.

Uma sala de cinema. Um filme a correr. Pouco antes da hora certa: pipi-pipi, dum lado; pipi-pipi, do outro; pipi-pipi, doutra banda. À hora certa: um inferno de pipi-pipi…PIPI-PIPI…pipi-pipi…PIPI-PIPI… Um desassossego.

Segundos depois, os atrasados: mais pipi-pipi; quase a seguir: pipi-pipi; logo depois: pipi-pipi…

De quando em vez, fora das horas certas, são os alarmes. Quando o filme vai no melhor: é pipi-pipi-pipi daqui, pipi-pipi-pipi dacolá, pipi-pipi-pipi dalém, pipi-pipi-pipi daquém… PiPI-PiPI-PIPI… Mais pipi-pipi-pipi… Sempre pipi-pipi-pi.

Sempre o mesmo inferno.
Mas o pessoal curou-se.

E temos sossego?

Está bem, está…

Hoje?
Hoje são os telemóveis: durante o filme empolgante; durante a conferência onde nem as moscas se ouvem; é durante o velório do amigo, no meio da algazarra que família e amigos fazem; é durante a reunião de gente circunspecta que decide coisas graves; é durante a missa do sétimo dia daquele mesmo amigo do velório de há dias atrás (mas aqui com mais algum silêncio e sem aquela vozearia); é durante a consulta, enquanto o médico lê, atento, as radiografias expostas na caixa de luz, ou avalia as análises do paciente; é no café, quando a maior parte das pessoas fala em surdina e outros lêem o jornal; é na aula; é no autocarro; é na sala de espera do advogado ou durante um julgamento; é na algazarra do futebol; é na barafunda do trânsito… É a toda a hora e em toda a parte: o celular com um sem fim de melodias, qual delas a mais exótica, a mais clássica ou a mais convencional.

Este inferno vai custar mais a curar-se – se é que se vai curar.

Mas hão-de surgir outros. Sempre cada vez mais perturbadores e incomodativos.


DE NOVO À CONVERSA COM O SR FELISBERTO, À NOITINHA

- Ó sr Felisberto, fiquei todo o dia a matutar no assunto: porque é que o sr acha que na sua zona trasmontana, há um maior conservadorismo das populações?

- Ora, meu amigo… Não é só em Trás-os-Montes…
É no interior (sobretudo no interior) desse Portugal por aí fora (no Portugal profundo, como sei que hoje se diz).
Ora porquê!
Os ecos das revoluções e dos mais importantes interventores não chegam lá. E se chegam, são logo abafados pelos tais caciques e pelos padres…

- …

- Não se esqueça que a melhor maça cinzenta não habita por essas paragens. Nem dos políticos nem dos padres.
Um bispo não vai mandar para o cu de judas da sua diocese a fina flor dos seus padres… Não há-de ser assim? É evidente. E então lá temos Deus Nosso Senhor, através dos seus dóceis e pouco evoluídos ministros, a pregar a mesma doutrina de há séculos: o inferno, o Deus castigador, o mal, o preconceito, o purgatório, o temor ao mesmo Deus cruel, o comunismo – que nem tem nada a ver com o comunismo: é um papão que se aplica até a um padre ou um bispo mais avançado, a um político – veja o Freitas, há pouco! – que, porque se opõe aos espíritos mais retrógrados e mais incompetentes e mais irresponsáveis é logo apontado de comunista!...
Olhe, é a maneira de pensar da tia Ambrósia, e de todas as tias ambrósias deste país. Não são elas, sobretudo, que enchem as igrejas desta terra?
Quer mais?

- Sim parece-me que há muito mais… Mas para hoje, chega.
Tenho que ir andando. Até amanhã, sr Felisberto.

- Até amanhã. Vá tranquilo, meu Amigo…

À CONVERSA COM O SR FELISBERTO


- Então sr Felisberto: que me diz aos dois novos candidatos à liderança do PSD? Em qual deles aposta?

- No terceiro.

- Como assim?

- Não. Claro que me convence mais o “Pisca-pisca”…

- …?

- É uma brincadeira minha. Lá em casa e com os amigos refiro-me sempre a ele como o “Pisca-pisca” (então ele não está constantemente a piscar?). A minha mulher chama-lhe o “Mindinho”.
Falando a sério: acho que o rapaz tem qualidades e foi teso com os outros: Durão Barroso (parece que se crismou: agora é José Barroso!) e com o Santana Lopes… O outro não pegou sempre no pálio do Santana? O Menezes claro que não vai ganhar coisa nenhuma. Só se for juízo.
Acho que o Mendes é um rapaz corajoso e com cabeça. Não se enreda em palhaçadas popularuchas como o Lopes.

- E outra coisa que nunca me chegou a dizer: lá na sua terra como foi? Quem ganhou lá as eleições do dia 20?

- Ah! Embora eu não esperasse (mas gostava que acontecesse), lá no meu concelho, em Vinhais, ganhou o PS, com cerca de 46 %. Mas espere aí que já lhe digo (pausa… procura papeis… encontra-o)...
Afinal foi a abstenção que ganhou lá: 50,5%. Depois foi o PS, com 46,4%; a seguir vem o PSD com 37,9%; depois segue-se o CDS com 7,5%. Claro que o resultado destes dois espanta-me: numa região onde os padres e os caciques do antigamente (é assim que se diz, não é?)...

- Se é o que eu penso, é isso tal e qual.

- Pois. Numa região onde essa tropa é quem manda… Fiquei um bocado surpreendido. Mas a verdade é que o povo não é parvo, viu tudo e despachou-os. Mas claro que no lugar onde nasci – Canas -, bom aí deve ter continuado a ganhar o PSD e o CDS!

- Então, e os outros partidos mais pequenos?

- Ora que quer: numa zona daquelas com a tal tropa a “esclarecer” – a metralhar, será melhor dito! – o povo, já de si tão conservador… Que espera? Não se esqueça que por aquelas bandas o povo ainda acredita que os comunistas comem crianças ao pequeno almoço e matam as velhinhas com uma injecção atrás da orelha... Acredite em mim, que é verdade...! Perante tudo isto, que espera?
O PC teve 1,2%. O Bloco, teve 2,3.

- Então a direita ficou de cabeça baixa!

- Qual quê? Ali nunca ficam de cabeça baixa. São sempre “a direita destemperada”, como diz um rapaz – bem atilado, diga-se – que estuda engª informática e que vem aqui tomar a bica. “A direita destemperada – diz o tal Bruno Miguel – nunca baixa a cabeça”.

- Realmente, o sr Felisberto tem aqui uma turma brava!

- Felizmente. Acontece que nem todos são cegos e ocos. Mas olhe que também tenho alguns da outra turma…

- Boa sr Felisberto! Até mais ver.

- Vá tranquilo, meu amigo.


terça-feira, março 01, 2005

APELO DRAMÁTICO


A solidariedade é um valor a preservar.

Recebi um mail com pedido de urgente divulgação, e A TÍTULO EXCEPCIONAL, ACEITO DIVULGÁ-LO NESTE ESPAÇO.
Passo a transcrever:

«Pedido de ajuda. URGENTE

Por uma questão de solidariedade para com um quase sem abrigo, procura-se com URGÊNCIA um emprego (não confundir com trabalho!) contrato de seis a um máximo de vinte e quatro meses - se possível sem emissão de recibo verde, para um cidadão, ex-Presidente do Sporting, ex-Presidente da Câmara da Figueira da Foz, onde fez plantar várias palmeiras na marginal, ex-Presidente da Autarquia de Lisboa, onde promoveu altos estudos sobre a Feira Popular, Parque Mayer, casinos e como ex-libris o buraco do Marquês; ex-Vice-Presidente do PPD, Primeiro Ministro demissionário, próximo ex-Presidente do PPD/PSD. Sofre de vários traumatismos pelas agressões intra-partido aquando na incubadora, e de graves equimoses, hematomas e úlceras profundas nas superfícies sobrelombares provocadas por ataques com armas brancas (vulgo facadas nas costas). Poderá vir a ser sujeito a tratamento psiquiátrico com diagnóstico de esquizofrenia por perda de contacto vital com a realidade, com permanentes estados delirantes por lhe haverem retirado a rede a meio do seu espectáculo circense na residência oficial de S.Bento. Apenas, e num prazo previsível de cerca de um mês, poderá contar com o ridículo proveito de benesses como Deputado da República, com o qual terá de suportar fortes encargos de imagem pessoal. Tem como registo curricular positivo, grande capacidade de argumentação como actor-comentarista televisivo, enorme capacidade para visões astrais, cliente cartão platina nos vários espaços de diversão nocturna lisboeta, desmedida força de luta e de defesa passiva - a carne é fraca – aos constantes assédios das fãs de jet-oito e de algumas honestas mulheres trabalhadoras em sociedades unipessoais, que lhe atribuíram o cognome de Lavagante (um ascendente sobre seu antecessor que não passou de Cherne) nas suas últimas tournées nacionais.»

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