terça-feira, julho 26, 2005

«O ÓRGÃO»


Outro mail do Travessuras. Diz ele: “transcrevo de SAL/Sistemas de Ar Livre, cujo lema é: o humor é o sal da vida.”
E diz, ainda: “vamos lá treinar uma limpeza a essas cabeças… Seus mal intencionados!”

Poesia

O Órgão

Quer seja curto ou comprido
Seja fino ou muito grosso
É um órgão muito querido
Por não ter espinhas nem osso.

De incalculável valor
De um só órgão, nada mais
Desempenha no amor
Um dos papéis principais.

Quando uma dama aparece
E
i-lo a pular com ardor
Se é rapaz novo estremece
Se é velho não tem vigor.

O seu nome não é feio
Tem sete letrinhas só
Tem um "r" e um "a" no meio
Começa em "c" e acaba em "o".

Nunca se encontra sozinho
Vive sempre acompanhado
Por uns outros orgãozinhos
Junto de si lado a lado.

O nome desses porém
Não oferece confusões
Tem sete letras também
Tem um "l" e acaba em "ões".

Não pensem ser culpa minha
E para evitar confusões
Os órgãos de que falei
São o "Coração" e os "Pulmões".

À PALESTRA COM O SR FELISBERTO


- Então, sr Felisberto? Como vão as coisas por aqui e consigo?

- Bem aparecido, amigo. Longa ausência. É bom vê-lo…

- Calhou desta vez. Estive fora.

- E correu tudo bem, por lá?

- Claro. Corre sempre bem. Mas e por cá? Conte-me lá o que se tem passado…

- Ora, como se o meu amigo não estivesse farto de saber o que se tem passado por cá!...

- Tenho acompanhado, mais ou menos. Mas gosto sempre de o ouvir… Por exemplo: essa de o ministro das finanças se ter demitido…

- Acha que ele se demitiu? Não terá sido demitido?...

- O que se diz é que o homem invocou problemas pessoais e cansaço…

- Mas se a verdade for outra, mais chocante, acha que a vão dizer?

- Bom, pois é, sr Felisberto…

- Então em política não é sempre assim: há o que acontece e há o que se diz que acontece?

- Foi o que aconteceu agora, não?

- Ninguém me tira da cabeça que sim. Repare: dizem que o homem é competente, rigoroso. Que é uma cabeça…

- E daí, sr Felisberto?

- Daí que isso não é qualidade apreciável para certos primeiros-ministros que não gostam que lhes façam sombra na sua ânsia de protagonismo… Mesmo um Sócrates, discreto, não aprecia que o seu ministro seja uma “vedeta”…

- E aconteceu?

- Olhe, li dois jornalistas, há poucos dias, em que um falava do “artigo suicidário do ministro”, num Público recente, acerca dos investimentos no aeroporto da Ota e do comboio ultra-rápido…

- Do TGV…

- Tal e qual. Ora segundo o que eu li, no blogue que o meu amigo tem, dá a impressão que o ministro está impedido de, nas reuniões dos ministros, dizer o que pensa, exactamente, sobre a matéria… Donde que um outro jornalista – aquele que está sempre zangado com toda a gente…

- O Vasco Pulido Valente…

- Esse mesmo. Veio ele, dias atrás, falar na ditadura do primeiro-ministro. Mais precisamente dizia ele que “esta democracia é a ditadura do primeiro-ministro”…

- Então quer o sr Felisberto dizer que foi o Sócrates que correu com o Campos e Cunha?

- Não terá sido dessa forma tão crua… Mas qualquer coisa do género. Deve-lhe ter puxado as orelhas por ter vindo dizer o que pensa para os jornais, sendo que isso que ele (ministro) pensa não é o que ele (primeiro-ministro) pensa. Deve-lhe ter apontado a porta…

- Isso então está mal…

- Mas com certeza que tem de estar. De que serve ter ministros competentes e rigorosos se não se que dar ouvidos a essa competência e não se pretende ser rigoroso?

Toda a gente diz (toda a gente entendida, claro) que é preciso cortar nas despesa pública… O ministro das finanças acha que o investimento nos tais comboios e no novo aeroporto são uma despesa em que não deve pensar-se, pelo menos por ora. Mas o Sócrates, a um ministro sensato, competente e rigoroso, que tem uma opinião correcta, diz-lhe que vá à sua vida. Que ele é que manda.

- Dá a impressão que assim não vamos longe, não é sr Felisberto?

- É claro que não! Se se diz e confirma que estamos a bater no fundo, se se repete que é preciso reformar, mas se o primeiro-ministro dispensa um ministro que quer pôr em prática medidas nesse sentido… Quer dizer que esse primeiro-ministro está a querer seguir a política desastrosa dos anteriores… Ou não será assim?

- Acho que tem razão. Também penso que assim não vamos a lado nenhum. É uma tragédia não termos políticos capazes de dar a volta a isto. É preocupante…

Bom, mas tenho de me pôr a andar. Até mais logo sr Felisberto.

- Vá tranquilo, amigo.

quarta-feira, julho 20, 2005

INQUÉRITO


Um mail do Travessuras.

Este até é inocente. E bem apanhado!...

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Num inquérito, à seguinte questão

O QUE GOSTAVAM QUE DISSESSEM DE VÓS NO VOSSO FUNERAL?

responderam três indivíduos.

O 1º disse:

- Gostava que dissessem que eu fui um grande médico e um óptimo pai de família.

O 2º disse:

- Gostava que dissessem que eu fui um homem maravilhoso, excelente pai de família e um professor de grande influência positiva no futuro das crianças.

E o 3º rematou:

- Gostava que eles dissessem: "OLHA, O GAJO ESTÁ A MEXER-SE!!!"

quinta-feira, julho 14, 2005

CAVACO E OS DOIS GALFARROS


Outra do Travessuras. Esta já mais para o pesado.

Mas não resisto a mandá-la: os intervenientes estão óptimos cada um no seu papel.

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Passeavam-se num cruzeiro Cavaco Silva, Alberto

João Jardim e Pedro Santana Lopes, quando, de repente toca o alarme, e soa o alerta :

- O navio está a afundar-se.

De imediato ouve-se a voz do Professor Cavaco :

- Salvem-se as mulheres e as crianças.

E logo de seguida com o seu charme peculiar diz

Alberto João :

- Que se f**** as mulheres!

Pergunta Pedro Santana Lopes:

- E ainda dá tempo?

SABEDORIA INFANTIL


Mais uma do Travessuras.
Mas convenhamos que está bem imaginada.
Cenário interessante, actores bem escolhidos, o cabeça de cartaz, o catraio, muito bem caracterizado (os óculos, o livro, a pose…).
Esta até é daquelas, do Travessuras, que passam…

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O famoso comentador da TV, Marcelo Rebelo de Sousa, seguia a bordo de um avião, de Lisboa para o Porto. Ao seu lado, reparou num garoto de uns 10 anos, de óculos, com ar sério e compenetrado.

Assim que o avião descolou, o garoto abriu um livro, mas Marcelo Rebelo de Sousa puxou conversa:

- Ouvi dizer que o voo parece mais curto se a gente conversar com o

passageiro do lado. Gostarias de conversar comigo?

O garoto fechou calmamente o livro e respondeu:

- Talvez seja interessante. Qual o tema que o Sr. gostaria de

discutir?

- Ah, que tal política? Achas que devemos reeleger Pedro Santana

Lopes ou dar uma chance a José Sócrates?

O garoto suspirou e replicou:

- Pode ser um bom tema, mas antes preciso de lhe fazer uma pergunta.

- Então manda! -encorajou Marcelo Rebelo de Sousa.

- Os cavalos, as vacas e os cabritos comem a mesma coisa, certo?

Pasto, ervas, rações. Concorda?

- Sim. -disse Marcelo Rebelo de Sousa.

- No entanto, os cabritos excrementam bolinhas, as vacas largam

placas de bosta e os cavalos grandes bolas... - continuou o miúdo - Qual é a razão para isto?

Marcelo Rebelo de Sousa pensou por alguns instantes, mas confessou

que não sabia a resposta... E o garoto concluiu:

- Então como é que o senhor se sente qualificado para discutir quem

deve governar Portugal, se não entende de merda nenhuma?

sexta-feira, julho 01, 2005

QUEM É QUE NÃO TEM PENSAMENTOS PERVERSOS?


Um mail do Travessuras… Tinha de ser dele…

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Isto é que é chavalo inteligente…


A professora estava com dificuldades com um dos alunos.

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- Lucas, qual é o problema?

- Sou demasiado inteligente para estar no primeiro ano. A minha irmã está no terceiro ano e eu sou muito mais inteligente do que ela, quero ir para o terceiro ano também!

A professora vê que não vai conseguir resolver o problema e manda-o para o conselho directivo. Enquanto Lucas está na sala de espera, a professora explica a situação ao director, este decide fazer um teste ao miúdo. A professora então chama o Lucas e explica-lhe que lhe vão fazer um teste e caso ele responda correctamente a todas as perguntas passará automaticamente para o terceiro ano.

O Director começa:

- Lucas, quantos são 3 vezes 3?
- 9.

- E quantos são 6 vezes 6?
- 36.

E o director continua com as perguntas a que um aluno do terceiro ano deve saber responder e Lucas não erra nada. O director diz para a professora:

- Acho que vamos mesmo ter que passar o Lucas para o terceiro ano.

- Posso fazer algumas perguntas também, Sr. Director? - pergunta a professora.

O director concorda e a professora começa:

- A vaca tem quatro e eu só tenho duas o que é?
Lucas pensa um instante e responde:

- Pernas.

Ela faz-lhe outra pergunta:

- O que é que tu tens nas tuas calças que eu não tenho nas minhas?

O director arregala os olhos, mas não tem tempo de interromper...

- Bolsos. responde Lucas.

- O que é que entra na frente da mulher e que só pode entrar atrás no homem?

Estupefacto com as questões, o director prende a respiração...

- A letra "M". responde o miúdo.

A professora continua o questionário:

- Onde é que a mulher tem o cabelo mais encaracolado?
- Em África.

- O que é que é mole, mas na mão das mulheres fica duro?
- O Verniz.

- O que é que as mulheres têm no meio das pernas?
- Os joelhos.

- O que é que a mulher casada tem mais larga que a solteira?
- A cama.

- Qual o monossílabo técnico que começa com a letra C e termina com a letra U e ora está sujo ora está limpo?
- O céu.

- O que é que começa com C tem duas letras, um buraco no meio e eu já dei a várias pessoas?
- CD.

Não se contendo mais, o director interrompe, respira aliviado e diz à professora:

- Ponha o Lucas no quarto ano. Até agora EU errei todas!!

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quinta-feira, junho 02, 2005

SABE O QUE É UM DVD?

Sabe o que é um DVD?

Veja a resposta aqui.

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O QUE É UM DVD?


Faltou-me explicar que falava de maridos…

Um marido DVD é aquele que

Deita, Vira e Dorme!

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(Não se ria… Isto se calhar é consigo!...)

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quarta-feira, junho 01, 2005

PLANO PARA SALVAR PORTUGAL


Recebi-o, por mail, como sendo um Plano para salvar Portugal!
Mas faltou acrescentar:
livrando-nos do inefável Jardim.

Acho que vai sendo demais: tanta perseguição, não se compreende. Nem se aceita. (Eu não aceito).

Coitado do Jardim!

Já viram bem se nos tirassem o Jardim, o major, o Pinto da Costa e o Luís Delgado?

Isto ficava um país de macambúzios!

Há lá alguém capaz de nos divertir mais que um Jardim?

Há lá algum chico mais “esperto” que o major?

Há lá alguém com mais “morcónico” espírito de humor que o Pinto da Costa?

Há lá alguém com mais arguta e independente visão das realidades políticas que o Luís Delgado?

Não. Ninguém avaliou a perda que era para o anedotário nacional se perdêssemos alguma destas celebridades.

Ficávamos uns tristes e uns rezingões!

Só pensávamos no monstro do défice, na desgraça dos impostos, na cepa torta da reforma da Administração Pública, na inevitabilidade da corrupção, enfim, na desgraça de sermos portugas!

Com eles, não. Divertem-nos. Fazem-nos esquecer tristezas.
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Mas passemos ao tal Plano para Salvar Portugal.

É assim:

Passo 1:

Trocamos a Madeira pela Galiza, têm que levar o Alberto João.

Passo 2:

Os galegos são boa onda, não dão chatices e ainda ficamos com o dinheiro gerado pela Zara (é só a 3ª maior empresa de vestuário). A industria textil portuguesa é revitalizada.

A Espanha fica encurralada pelos Bascos e Alberto João.

Passo 3:

Desesperados os espanhóis tentam devolver a Madeira (e Alberto João). A malta não aceita.

Passo 4:

Oferecem também o Pais Basco. A malta mantém-se firme e não aceita.

Passo 5:

A Catalunha aproveita a confusão para pedir a independência. Cada vez mais desesperados os espanhóis oferecem-nos: a Madeira, Pais Basco e Catalunha. A contrapartida é termos que ficar com o Alberto João e os Etarras.

A malta arma-se em difícil mas aceita.

Passo 6:

Dá-se a indepêndencia ao País Basco, a contrapartida é eles ficarem com o Alberto João. A malta da Eta pensa que pode bem com ele e aceita sem hesitar. Sem o Alberto João a Madeira torna-se um paraíso. A Catalunha não causa problemas (no fundo no fundo são mansos).

Passo 7:

Afinal a Eta não aguenta com o Alberto João, que entretanto assume o poder. O País Basco pede para se tornar território português. A malta aceita (apesar de estar lá o Alberto João).

Passo 8:

No País Basco não há carnaval. O Alberto João emigra para o Brasil...

Passo 9:

O Governo brasileiro pede para voltar a ser território português. A malta aceita e manda o Alberto João para a Madeira.

Passo 10:

Com os jogadores brasileiros mais os portugueses (e apesar do Alberto João) Portugal torna-se campeão do mundo de futebol!

Alberto João enfraquecido pelos festejos do carnaval na Madeira e Brasil, não aguenta a emoção.

Passo 11:

E todos viveram felizes para sempre!

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segunda-feira, maio 30, 2005

OUTRA CARTA DA TIA AMBRÓSIA…


Meu lindo e adorado menino,

Muito estimo que esta o vá encontrar bem, que eu cá vou na forma do costume.

Ai, o susto que eu apanhei, meu rico: o irmão do cunhado dum primo do presidente da junta larga-me esta, ao passar por mim, há dias: com que então o seu menino lá vai ver a reformazita principesca ir-se ao ar!...

Saltei logo como uma leoa, garras afiadas: que me diz, seu desalmado comunista! (Sabe que ele é todo lá dos socialistas… Todos uns excomungados comunistas). Olhe que não brinque comigo… Que sabe o sr disso, diga lá…

O homem seguiu. Nem resposta.

Informei-me, então, junto da sobrinha da D. Inácia, de quem lhe falei ontem, a tal super-culta e super-informada (não há Maria, TV Guia, Hola!, Flash!, Gente, VIP, Mulher Moderna, Lux ou O Diabo que lhe escape…). E ela, que anda de namorico com o tal filho do sr Antunes da farmácia, que lê também outras coisas, como a Bola e o Correio da Manhã, sossegou-me: não, D. Ambrósia. Ontem ouvi falar disso, na TVI, no intervalo, não sei se da Quinta das Celebridades se duma novela: O primeiro-ministro acabou foi com as reformas de luxo dos primeiros-ministros a partir de agora. Ou seja, com a dele e dos que vierem depois!...

Ai, meu santinho: que susto! Mas depois, que sossego!

Estava mesmo a ver que esse malvado desse comunista do Sócrates tinha mexido com a sua magra reformazita de Presidente do Conselho (o rico não se deve recordar: era como se dizia no tempo do nosso saudoso Prof Salazar!...)

Do mal o menos: bem basta que o culpem de tudo de mal do que aconteceu nesta terra! Sem qualquer razão, claro!

Se ainda por cima lhe tirassem a reformazita!...

Uns injustos! Uns maus! Uns ingratos! Uns comunistas!

Falarem, como falam, assim, do rico filho da minha alma, que foi um modelo de dedicação, de competência, de responsabilidade…!

Se se admite!

Que gritante injustiça!

Nosso Senhor nos acuda!

A Virgem Nossa Senhora nos proteja a todos!

Como o rico tem muitas despesas (ainda por cima maroteco como é, com esses costumes da noite… Etc…), muitos filhos, muitas pensões a várias ex-mulheres…

Veja, se precisar de uma ajudinha, diga. Não se acanhe. A minha reformazita existe só para o rico filho…

Que o Senhor o acompanhe sempre com a sua Divina Presença.

Receba um beijo enorme desta que não esquece o rico, um só dia que seja, nas suas orações,

A tia

Ambrósia

sexta-feira, maio 27, 2005

PARAÍSO E INFERNO


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Esta, claro que é do Travessuras.

Mas é inofensiva.

E tem graça.

Trata-se da diferença entre o PARAÍSO e o INFERNO.

O QUE É O PARAÍSO?
é um lugar onde:
- a polícia é britânica
- os cozinheiros são franceses
- os mecânicos são alemães
- os amantes são portugueses
- e tudo é organizado pelos suíços
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O QUE É O INFERNO?
é um lugar onde:
- a polícia é alemã .
- os cozinheiros são ingleses
- os mecânicos são franceses
- os amantes são suíços
- e tudo é organizado pelos portugueses

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quinta-feira, maio 26, 2005

CARTA DA TIA AMBRÓSIA AO TONINHO



Meu adorado menino.

Muito estimo que esta o vá encontrar bem. Eu cá fico na forma do costume.

Fiquei completamente azamboada quando me contaram a última.

Mas eu vou explicar ao rico.

A sobrinha da D. Inácia – sabe, aquela que tem um lugar de fruta na Travessa do Pingarelho, lá no bairro do Tancredo, à Curraleira… O rico sabe bem. Aquela que anda de derriço com o filho do Sr Antunes da Farmácia…

Bom, o rico sabe quem é. Ela é uma rapariga desempoeirada, inteligente e culta. Não há revista de interesse que ela não leia: é a Gente, a Hola, a Mulher Moderna… Todas. E depois lê também O Diabo e o 24 Horas. Pessoa que sabe muito, portanto. Mas o cunhado do namorado dela é que trouxe a novidade: tinha lido num jornal, hoje mesmo – meu Deus, que coragem! – (deixe cá ver, eu tenho aqui escrito…) isso mesmo, assim, tal e qual: Santana, se não tivesse sido posto fora do poder, teria acabado com o País!

Só lhe digo, rico, fiquei doente. O estômago revolveu-se-me todo. Imagine bem: se não tivesse sido posto fora do poder!!!

Até parece que lhe deram um pontapé no traseiro e o puseram a andar! Que despautério! O filho que saiu porque estava cansado e quis dar o lugar a outro, porque é altruísta! Posto na rua, dizem esses demónios… Nossa Senhora os ilumine!

Depois: teria acabado com o País!

Que desconchavo: o filho tão competente, tão responsável, tão discreto, tão atilado, tão perseverante, tão conhecedor de tudo: dar cabo do País?! Acabar com Portugal?!

Só um comunista pode fazer afirmações destas. O Senhor Jesus lhes perdoe!

Era só mesmo o que faltava, que o culpassem de tudo e ainda mais esta!

São uns injustos. E uns invejosos. Sim uns invejosos é que muitos deles são, por não terem as altas qualidades que o filho tem.

Pois se o rico até é amigo do major e do chefe da Madeira! Pessoas sensatas e respeitáveis…!

Nosso Senhor os castigue a todos – Deus me perdoe!

Fiquei num desatino. Doente. O meu coração começou logo aos pulos. A minha cabeça parecia que queria estoirar!

Tanta injustiça, Deus meu! Tanta sem-vergonhice! Tanto despautério!

Tanta inveja! Enfim: tanta cegueira. ISSO: SÃO TODOS CEGOS, é o que são. E invejosos, repito. Se alguma vez essa gentalha chega aos calcanhares do rico em competência, serenidade, saber, responsabilidade…

Mas deixe, meu querido, o rico há-de voltar. Agora diz que anda por aí… Mas tenho a certeza que há-de voltar para salvar este nosso Portugal!

Vou fazer outra novena à Senhora da Ladeira: o filho há-de voltar ao lugar que lhe compete: PRESIDENTE!

Meu rico filho, não desespere. (E repito, se precisar de alguma coisinha… É só falar. A minha reformazinha sempre dará uma ajudinha.)

Receba, meu rico, meu adorado menino, um beijo enorme desta que nunca o esquece nas suas orações

A tia Ambrósia.

segunda-feira, maio 23, 2005

"PARABÉNS AO BENFICA"

- E depois, sr Amadeu?

- Ora, e depois ganhou o Benfica. Parabéns ao Benfica!

- E foi um vencedor justo, o Benfica?

- Bom, o Toni, antes “da final” (mas premonitório) disse que não havia vencedores injustos…

- Mas foi mais merecimento do Benfica ou desmerecimento do Sporting?

- Olhe, continuo a pensar (e não sou doentinho) que foi talvez mais desmerecimento do Sporting. Apesar…

- … Então, quem deveria ganhar devia ser o Sporting!?

- Pois, eu ia responder a isso: apesar de o Sporting ter um treinador fraco (desculpe o aparte: li ontem uma frase dum jornalista que disse: "Quando Rochemback mandou Peseiro levar no olho rectal e este não teve reacção confesso que nunca mais acreditei no treinador do Sporting...". Frase pouco elegante, mas que define alguma coisa, não é verdade?). Recapitulando: embora o treinador do Sporting não seja grande espingarda; apesar de os jogadores mostrarem, por vezes “não ter garra” – olhe, não vá mais longe: o Ricardo é um bom guarda-redes… então e não é que num jogo decisivo se transformou num frangueiro? – apesar de a massa associativa também mostrar “falta de alma”… Apesar de tudo o Sporting foi dos que jogou menos mal!

- Essa agora!…

- Exactamente. Como lhe digo, sem paixões ou exageros clubísticos. Ou não me diga que foi o Benfica ou o Porto que jogaram melhor este ano…

- Mas então que faltou ao Sporting?...

- … A estrelinha que teve o Benfica! Só! Bom, este só, em termos comparativos, com os outros grandes.

- Mas e o Trapattoni?

- Ora o trapalhoni!... Tão bom que o vão já rifar de seguida, em troca pelo espanhol que já lá esteve: o Camacho. Isso mostra que “ele” foi um grande campeão… (e ri-se).

- Foi uma época para esquecer, não, sr Amadeu.

- Tal e qual. E outros dias hão-de vir melhores!

- Mas o Benfica merece os parabéns…

- Claro: ganhou! Apesar da ajuda da tal estrelinha… De qualquer maneira, parabéns, repito.

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sábado, maio 21, 2005

CYBERDIÁLOGO: CYGONHA


Este é do Travessuras.

Mas está muitíssimo bem apanhado o cyberdiálogo entre cybernautas sobre um não-cyberassunto, afinal sobre a cybercegonha ou sobre a cygonha

- Pai, como é que eu nasci?
- Muito bem, tínhamos de ter esta conversa algum dia !...
Ora bem ... O que aconteceu foi o seguinte:
Eu e a tua mãe conhecemo-nos e encontrámo-nos num Chat desses da Net, que existem para se conversar. O teu pai marcou um interface com a tua mãe num Cybercafé e acabámos plugados lá no quarto de banho. A seguir, a tua mãe fez uns Downloads no Joystick do teu pai e quando estava tudo pronto para a transferência de arquivo, descobrimos que não tínhamos qualquer tipo de Firewall. Como era tarde demais para premir o Esc, o teu pai acabou por fazer o Upload à balda com a tua mãe e, nove meses depois, o Vírus apareceu.

quinta-feira, maio 19, 2005

TESTE AO ESPÍRITO DE OBSERVAÇÃO

Recebi um mail com um teste classificado como teste à inteligência.

Não acho que o seja. Acho que será mais um teste à argúcia, ao espírito de observação. Vou por isso adaptá-lo.

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Você é mesmo arguto/a, observador/a?

Vejamos.

Abaixo estão quatro perguntas, mais uma de bónus.

Tem que responder instantaneamente, não pode levar tempo a pensar. Tem que responder de imediato. Só assim é que vale.

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Vamos então ver se é perspicaz e observador/a como imagina…

Preparado/a?

Vá tomando nota das respostas que vai dando.

Aí vai, então!

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1ª pergunta:

Está a participar numa corrida. Ultrapassa o segundo concorrente. Em que lugar ficou?

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Vamos lá tentar ser mais rápidos na resposta.

Responda a seguir mais depressa que na primeira.

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2ª pergunta:

Se ultrapassar o último concorrente da corrida, então fica em…?

Vá, rapidinho.

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Ora vai outra.

3ª pergunta:

Esta envolve matemática complicadíssima… Mas não pode usar calculadora nem papel e caneta… Nada disso! Só a cabeça. Vá, faça lá um pequeno esforço…

Então aí vai:

Tem 1 000, some-lhe 40. Agora some mais 1 000, e de novo mais 30. Some mais 1 000 e depois mais 20. Volte a somar mais 1 000, a que acrescenta mais 10.

(com calma; sem calculadora nem papel. Só com a mona… Isso…)

Qual foi o resultado?

(anote)

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Ora então vem aí a última. Simples, como todas as mais.

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4ª pergunta:

E é assim: O pai da Maria tem cinco filhas: 1: Nana; 2: Nene; 3: Nini; 4: Nono.

Qual é o nome da 5ª filha?

Claro… Só podia ser…

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Mas porque as coisas podem não ter corrido bem, aí vem a pergunta de bónus:

Igualmente fácil. E é assim:

Um mudo quer comprar uma escova de dentes. Por mímica (simulando o movimento de escovar os dentes) consegue fazer-se entender e o dono da loja vende-lhe a pretendida escova.

Mas imagine que não é um mudo mas um cego, que quer comprar uns óculos de sol, como deve ele exprimir-se ao dono da loja?

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O teste foi fácil. Agora é só ver as respostas e comparar com as suas… Haverá surpresa?

Veja a sua classificação. Boa sorte! Veja aqui.

terça-feira, maio 17, 2005

UMA DO TRAVESSURAS



A DESPEDIDA DO CUBANO

Um grupo de cubanos abandona a ilha rumo a Miami. No meio da viagem, um dos cubanos, o mais velho, sofre um ataque cardíaco e pede como último desejo uma bandeira para se despedir da sua querida Cuba.
Os outros começaram a procurar em bolsas, sacolas e em todos os lugares onde pudesse estar guardada uma bandeira de Cuba.

Depois de algum tempo, deram-se conta que não havia nenhuma bandeira de Cuba no barco.

Nisto, uma jovem de vinte anos, vendo o sofrimento do velho, disse que tinha tatuado na bunda a bandeira de Cuba e ofereceu-se para ajudar.
A mulher virou de costas para o moribundo, baixou as calças e mostrou a bunda com a bandeira tatuada.

O velho agarrou a moça com força e beijou a bandeira, emocionado, enquanto gritava:
"- Mi querida Cuba, me despido con recuerdos, mi vieja Havana, mi linda tierra!"

O velho continuou com beijos e mais beijos na bandeira, até que, em lágrimas, disse à moça:

"- Ahora vira de friente, que quiero despedir-me de Fidel!!!!"

segunda-feira, maio 16, 2005

RESPOSTA AO TESTE DO ESPÍRITO DE OBSERVAÇÃO


O teste só vale para quem não conhecia antecipadamente as perguntas. É óbvio. Nada de batotas ou malandrices.

Se não conhecia mesmo o teste, e nenhuma das perguntas, vai por certo ter surpresas.

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Vejamos, então:

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Se calhar à 1ª pergunta respondeu que ficou em 1º lugar…

Errado. Claro que se ultrapassou o 2º, ficou no lugar dele, em 2º…

Se acertou, parabéns. Para já, tem 2 pontos.

Se errou, não fique triste, nem desanime.

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Se à 2ª pergunta respondeu que ficava em penúltimo (se calhar foi essa a resposta, não?), errou de novo.

Bom, é que se ele era o último, como podia ultrapassá-lo?

Impossível, não é?

Se acertou – sem batotas – soma mais 2 pontos. E parabéns.

Se não acertou… Nada de desesperos… Calma…

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Este tipo de questões são malandrecas, não são?

Mas, repito: é só para ver até que ponto vai a sua argúcia e o seu espírito observador…

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Ora vamos então à 3ª pergunta.

Aposto que o resultado que lhe deu foi 5 000!

Que chato!

Pois, é que a resposta certa era 4 100. Basta confirmar com a calculadora… Claro que é.

Ganhou outra vez? Sem batota? Desconhecendo a pergunta?

Parabéns e some mais 2 pontos.

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À 4ª pergunta a sua resposta foi Nunu… Ora diga lá se não foi?

Pois, mas errou. Chato, não é?

É que o nome dela é Maria… Ora lembre-se lá da pergunta:

“O pai da Maria…” Claro!

Se acertou, parabéns. Some 2 pontos.

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À 5ª, ou pergunta de bónus… A resposta só pode ser: o cego pede, simplesmente, e de viva voz, o que pretende… Evidentemente!

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Ora bom, contas feitas, é assim:

Se sem batotas, ajudas ou sem as conhecer acertou em todas soma 10 pontos (2 por cada) e é uma pessoa com uma sagacidade e um espírito de observação impressionantes e invejáveis. É um génio nessas qualidades.

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Se, nas referidas condições, acertou em 4, soma 8 pontos. E é um óptimo observador, além de ter uma argúcia muito impressionante.

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Se – sempre naquelas condições – acertou em três, somou 6 pontos, o que significa que tem bastante apuradas a sagacidade e o espírito de observação.

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Se… (claro, sempre naquelas condições), acertou em duas, somou 4 pontos o que traduz uma razoável argúcia e um apreciável espírito de observação.

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Acertou só numa? Não fique preocupado/a. Só soma 2 pontos, mas revela ter alguma argúcia e é dotado/a de espírito de observação qb.

Mas pode melhorar e desenvolver essas capacidades.

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Não acertou em nenhuma? Foi verdadeiro/a. Não fez batota. Já tem pelo menos esses méritos. E muitos mais. Mas quanto ao ponto em questão, não fique triste nem desanime: o espírito de observação é cultivável, pode ser desenvolvido. Não desista. É uma questão de treino. Vá praticando.

sábado, maio 14, 2005

E O SPORTING…


- Ó sr Amadeu: e o Sporting…

- É futebol. É assim.

- Mas…

- Nem um nem outro jogaram por aí além. Mas o Benfica talvez tivesse tido melhores momentos, que felizmente não soube aproveitar. Que o Sporting não jogou mal, diga-se. Mas, claro, quem tinha de ganhar era o Benfica. Ao Sporting bastava-lhe o empate.

- O sr Amadeu, realmente não é fanático.

- Não, isso não sou. Gosto muito, e de sempre, do Sporting. Mas ceguinho… Lá isso não sou.

- Quer dizer que o golo do Benfica foi bem marcado…

- Alto lá, sr Felisberto! Isso eu não disse. Nem confirmo. Não, não foi.

- Então que faltou neste jogo para o Sporting ganhar, sr Amadeu?

- Olhe sr Felisberto, faltaram só duas coisas: poucas como vê. Faltaram uns óculos ao árbitro e mais calma aos jogadores leoninos.

- Essa agora…

- É como lhe digo: se o árbitro estivesse com óculos, via que não houve golo válido. Se o Sporting tivesse tido calma, tinha ganho ou pelo menos, empatado.

- Outra coisa, Sr Amadeu. Agora com a minha Joana a falar sempre do Sporting e do Patriarca… Acha que o Cardeal esteve mesmo a contorcer-se na cadeira a ver o jogo (sim que ele deve ter a SportTV) ou a roer as unhas a ouvir o relato?...

- Ora valh’o Deus! Claro que não. Ele deve gostar do Sporting mas não deve ser doentinho. Deve gostar, deve torcer para o Sporting ganhar, mas se isso não acontecer… É porque “não foi da vontade de Deus”!

- Boa. Entendi. E olhe: melhor sorte para o futuro.

- Adeusinho sr Felisberto.

- Vá tranquilo, amigo!

sexta-feira, maio 06, 2005

“E VIV’ O SPORTING” – diz o sr Amadeu


- Hein?! Boa, sr Amadeu! Lá temos o Sporting na final!

- Estava escrito, sr Felisberto: tínhamos de ganhar. Melhor: tínhamos de passar.
Ganhar o jogo, não ganhámos. O AZ não é uma turma de pencos.
Mas ganhámos a passagem à final da taça da UEFA.

- Mas custou um bocado, não?

- Ah, mas claro. Foi uma passagem muito suada, mas merecida, todos têm de concordar. E justa.

- Então o Peseiro…

- Bom, vamos ver: ele desta vez foi mais peseiro que pezudo…

- Diz que é da mesma leva que o Mourinho…

- Parece que sim, que são do mesmo curso. Falta-lhe talvez, ao Peseiro, um bocado mais do que o outro tem de melhor, mas também não tem o que ele tem de pior: a soberba, enervante; a arrogância, intolerável.

- Isso anda perto do que diz do Pinto da Costa…

- Pois anda. Passa-se o mesmo. Não tenho nada contra os portistas nem contra os portuenses. Só detesto este [sublinhou ele com a entoação] FCP. E porquê? Porque têm lá o Bimbo da Costa que, tudo leva a crer (veja as recentes notícias do apito não sei de que cor), não é nada boa rês.

- Sim, dizem as más línguas (salvo seja), que ele e o major…

- Nossa Senhora nos acuda. E se lhes juntar o Jardim, fica o ramalhete completo.

[Riem-se. Mas fazem um jeito com as sobrancelhas e com os ombros, como quem diz: que se há-de fazer! É o que temos!]

- Bom, mas gosto de o ver assim feliz, sr Amadeu.

- Vamos ver como eles se portam, lá para meados do mês, aqui em Alvalade com o CSKA…

- Claro que vão ganhar. A minha Joana assim o diz. Ela está cá cá uma lagarta!...

- Só mostra que tem bom gosto, sr Felisberto.
Adeusinho, até mais logo.

- Vá tranquilo, sr Amadeu.

- E viv’ o Sporting [ainda responde o outro].

quarta-feira, maio 04, 2005

MAIS UMA CARTA DA TIA AMBRÓSIA PARA O TONINHO


Meu adorado menino

Muito estimo que esta o vá encontrar bem, que eu fico assim-assim, na forma do costume, graças ao Senhor.

As minhas preocupações com o rico não param de me atormentar: agora é essa de o querido não concorrer para a Câmara. Não me diga que foi aquele senhor que o foi substituir, quando o menino foi Presidente do Conselho (ainda é assim que se diz, como quando era do Sr Prof Salazar, não é?), aquele senhor, dizia eu, que tem o nome daquele velhinho que foi muitos anos o nosso Presidente e que tão obediente era a esse iluminado que foi o saudoso Presidente do Conselho Prof Salazar que Deus tenha na sua santa glória!… Não foi ele, pois não. Pelo nome deve ser bonzinho.

Ou então não me diga que foi aquele sr baixinho, que está sempre com um ar assustado e que pisca muito os olhitos? Não me diga que foi ele que o não deixou avançar… Ele agora é o chefe do seu partido, não é? (Porque é que o rico filho não se deixou ficar lá? E se o menino tinha qualidades e competências para ser chefe!!! Porque deixou lá ficar o baixinho? Ele que esperasse para quando fosse crescido… Não acha?).

Mas vejo as coisas mal paradas.

Eu bem rezo. Eu bem ponho velas à Senhora da Agonia, a Santo Agapito, à Santa Filomena, aos pastorinhos de Fátima… A toda a corte celeste… Mas não vejo grandes resultados.

Porque é que o rico não faz uma promessa à Senhora da Ladeira?

Porque é que o filho não vai à Maya que é tão boa a deitar cartas?

Olhe, meu querido, se os santinhos não nos acudirem, temos que nos virar para uma alminha dessas que lêem na bola de cristal…

Deus Nosso Senhor me perdoe.

Santa Engrácia nos acuda.

Assim, neste sofrimento, não pode ser.

A D. Palmira contou-me que lhe dissera a filha da D. Felismina, que trabalha numa escola (imagine o querido o que a criatura galgou no emprego, lá na escola: era contínua e já é auxiliar de educação. Razão tem a D. Felismina em ter tanto orgulho naquela filha: em tão poucos anos – foram só 19 – passou de contínua àquilo… Isso, a auxiliar de educação. “isto é que é progredir”, diz ela orgulhosa) – já me perdi, meu rico. Espere, já sei: a filha da Felismina disse que o rico menino tinha dito, no jornal, que ia continuar a ser advogado e ia ser professor.

Continuar a ser advogado? Mas onde é que isso já vai, meu bem? Já lá vão tantos anos sem mexer num código…

Com essa de advogado, confesso que fiquei um bocadinho preocupada: não estará um bocadito esquecido das matérias? Eu sei que o filho é óptimo, mas veja lá… Certo que em matéria de divórcios, de pensões a crianças e a mulheres separadas deve lembrar-se bem desses assuntos… Sempre tem alguma prática. Mas e o resto?!...

Acautele-se. Olhe que os advogados são uma gente dos diabos!

O divino Espírito Santo o ilumine.

Lá quanto a pensar ser professor, fiquei mais descansada: o rico é tão competente, tem tanta experiência (não seja maldoso, querido: não é dessa que falo!...), tem tantas capacidades, é um livro aberto de sabedoria, é tão responsável… que fico tranquila.

Porque os tempos vão mal, repito o que sempre lhe tenho dito: se a minha modesta reforminha for precisa para uma ajudazita… Não se acanhe. Diga, meu anjo.

Ou se precisar da minha casita do Beco da Fonte, ao Bairro do Tancredo, não faça cerimónia, meu rico.

Sossegue-me, meu filho. Acalme-se para eu poder ficar tranquila, meu santinho.

Despeço-me com um beijo enorme desta que nunca, mas nunca o esquece e que todos os dias reza por si

A tia Ambrósia

A PERPLEXIDADE DO VELHINHO

Este é um post do Travessuras.


Um velhinho senta-se num banco do autocarro de frente para um punk de cabelo comprido com mechas verdes, azuis, rosa e vermelhas.
O velhinho fica olhando para o punk e o punk olhando para o velho.
O punk vai ficando meio irritado... e então pergunta ao velhinho:
- O que foi, avô? Nunca fez nada diferente quando era jovem?
O velhinho responde:
- Sim, fiz. Quando era jovem fiz sexo com uma arara e estou aqui a pensar:
Será que este parvalhão é meu filho ?

terça-feira, maio 03, 2005

O SR AMADEU E O SPORTING


- Viva, sr Amadeu! O seu Sporting nem tem andado mal…

- Mais ou menos, sr Felisberto. Tem dias. Ou seja, tem jornadas… Umas vezes vai bem; outras, assim-assim; outras, tropeça!

- Mas o campeonato…

- … Não, isso está escrito: é do Benfica, este ano.

- Mas por mérito?

- Penso que não. Mas eu sei cá!... Sabe? Eu não penso logo o pior das pessoas, das entidades. Assim pensava que eles tinham era sorte. Mas leio hoje no jornal… (procura)… Olhe, está aqui (e lê): “O Benfica tem a arbitragem nas mãos” – isto disse o Dias da Cunha ontem ao CM. É claro que o sistema está, desta vez, a beneficiar o Benfica. Ora o Benfica está feito com o sistema (o major e o bimbo da Costa), é o que dá ideia.
Mas mais (lê depois): “Sou benfiquista e estou incomodado. Envergonho-me pelos favorecimentos ilegítimos que, esta época, o Benfica tem tido.” Desabafa ao mesmo jornal, e também ontem, um tal Ferreira Fernandes.
Está a ver? Assim não vale. Qu’é que acha?

- Claro. A minha mulher assim diz: jogar jogar, joga o Sporting…

- Mas ela é mesmo sportinguista, não é? Curioso.

- Sim, sim. E agora até tem uma nova, desde há pouco: “Se o Cardeal Patriarca fuma, é porque fumar não é mal nenhum; muito menos pecado. Se o Patriarca é sportinguista, é porque o Sporting é o melhor…”

(Riem-se)

- Olhe, sr Felisberto: agora não digo como é costume dizer-se: “que ganhe o melhor”, porque esse já lá não deve chegar. Mas sempre lhe direi: que o Sporting continue, pelo menos, como está agora…

- Ámen – remata o sr Felisberto, rindo-se

- Assim seja – conclui o outro, com uma risada, também.

E cada um vai à sua.


segunda-feira, abril 25, 2005

O "TRAVESSURAS"

O Travessuras é o único colaborador que admiti.

Acho-lhe piada. E tem um “currículo invejável” (na sua expressão): no ano lectivo de 1999-2000, com 14 anos, e no 5º ano, teve de mudar de escola duas vezes. Mas no ano lectivo seguinte, “regrediu” (confessa): só mudou de turma… Três vezes.

No ano lectivo de 2001-2002, “piorou” (insiste): só mudou de turma, duas vezes.

No ano lectivo de 2002-2003 foi expulso: mandou uma bomba de cheiro, pela janela, para a sala dos professores e outra na aula.

Desistiu de estudar: “não compreende o rigor dos professores” – desabafou.

Ah! Em que ano andava ele quando desistiu?

No mesmo 5º - o nosso antigo 1º ano do liceu, note-se. Tinha quase 18 anos. Diz que “preferia passar só quando dominasse bem a matéria”.

Como passa a vida no computador do irmão mais velho – que trabalha e raramente está em casa – domina bem essa matéria: Internet e correio electrónico é com ele.

Conheci-o n’ ”A Flor de Vinhais”, a leitaria do sr Felisberto, onde ele passa de vez em quando para beber uma coca e “dar dois dedos de cavaco c’o pessoal”.

É um gandulo do maior calibre. Tem um desplante e uma lata que davam para um regimento. Por vezes é despudorado e inconveniente – mas só com os seus pares ou com os da sua idade.

Com os outros, geralmente, é contido na palavra e no gesto.

Agora já vai nos 20 anos. Já os completou e disse na altura que, por isso, já estava a “perder a pedalada”, que “começava a sentir-se coroa”!

De vez em quando, manda-me mails que fazem corar um carroceiro. E quando não esses, outros para o pesadote.

.

Há uma ou duas semanas atrás,

imagine-se,

mandou-me o seguinte:

“pensamento:

“se a sorte um dia te virar as costas,

ao menos apalpa-lhe o cu”

.

E piores, muito piores ainda. Tais, que nem me atrevo a contar.

Aqui há tempos, postei uma história (uma carta),

que foi já ele que me mandou:

a carta da pobre-coitada-da-Cíntia

-arquitecta-dos-futuns a uma amiga…

Ora veja só (ou recorde) a carta da Cíntia

Como foram obras dele (ou por ele encomendadas), dois outros posts que para aqui mandei:

dissertação sobre a defecação

e

adiposidades e outras coisas das idades

Como se vê, é de força este Travessuras.

Mas, avisei-o logo: matéria apimentada… Vá!

Grosseria… Não.

Ele disse entender. E disse-me, mesmo, por palavras do dicionário dele, que não precisava de censura: que conhece bem os gostos dos coroas. “Tudo fixe”, concluiu.

Vamos ver.

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