domingo, fevereiro 27, 2005

À CONVERSA COM O SR FELISBERTO


(…)

- E cada vez que Santana Lopes falava (fala) de Sá Carneiro, o ex-líder não estremeceria na tumba?

- !...

- O que acontece é que o Sá Carneiro o conheceu garoto e nunca imaginou que ele alguma vez deixasse de o ser!

- Ó sr Felisberto, mas o homem acabou por reconhecer que devia sair…

- Bom: ele falou com o “patriarca do Norte”…

- ???

- Não me diga que não sabe quem é o “patriarca do Norte”?! Não acredito. É o Eurico de Melo!...

- Ah! Que disparate. Então não sei perfeitamente?
De repente não me lembrei!

- Pois: ele falou com esse barão e com mais uns 100 que lhe fizeram ver que, mais que a imagem dele, era a imagem do partido que saía prejudicada…

- E com toda a razão.

- Evidentemente. Depois vem o sujeito dizer que decidiu sozinho! A lata, o descaramento do indígena!

- (ri-se…)

- Por mais que as coisas sejam claras, ele não enxerga nadinha.

- Não tenha dúvida, sr Felisberto…
Tenho de arrancar, que se faz tarde. Até mais logo, sr Felisberto.

- Vá tranquilo, Amigo!


sábado, fevereiro 26, 2005

SARAVÁ!

Oi, gente!

"Porque hoje é Sábado!..."

"Salve, Xangô, meu Rei Senhor
Salve, meu orixá"

Salve, meu irmão, Vinicius de Moraes. Saravá!



Saravá Asrail, na Bahia!
Saravá Marcus Mac-Ginity, em Gramado, na região serrana do Rio Grande do Sul!
Saravá Fernando Pereira Silveira, em Porto Alegre!
Saravá Charles Mathieu, no eixo Rio - São Paulo!
Saravá JM, em Sergipe!
Saravá Jacinto Leal, em Fortaleza, Ceará!
Saravá Vanderlei Amaral, em Santa Bárbara d'Oeste, Campinas!

SARAVÁ TURMA BRAVA!
SARAVÁ IRMÃOS!

Cá, neste lado do Atlântico, e neste país pequenininho, no Domingo passado (20FEV) houve um terramoto político! Uma revolução eleitoral!:
O povão correu com um governo de imaturos, de incompetentes e de irresponsáveis!
Varreu tudo! E com maioria expressiva!

Saravá Brasil! Saravá Portugal!

Bruno Miguel

(Neste caso não é desconversa! O mail é autêntico. Como autênticos são os destinatários!
O remetente é cliente do sr Felisberto. Rapaz atilado)

sexta-feira, fevereiro 25, 2005

CARTA DO TONINHO À TIA AMBRÓSIA

Gabinete do Primeiro

Palácio de S. Benedito

Lisboa

Minha extremosa tia Ambrósia

Sabe como é a vida duma figura pública. Sabe como um Primeiro escrupuloso, consciente, responsável, persistente e inteira e exclusivamente dedicado à nobre causa pública… Não tem vida própria. Até para dar uma fugida, a correr, a despacho a uma discoteca à noite… Era um problema!

Não tenho, de facto, escrito; mas a tia não se pode queixar, pois telefono-lhe com muita frequência.

Agora que estou, de novo, praticamente desempregado (até já meti os papeis para o subsídio de desemprego), volto a ter alguma disponibilidade de tempo: posso escrever à tia, visitá-la na sua casinha do bairro social do Padre Cruz, voltar à Vinte e quatro de Julho, às docas e à capelinhas do costume.

Sei que a tia sempre me compreendeu. Como sei que partilha o meu desgosto pelas canalhices que (quase) todos me fizeram. (A tia desculpe-me o termo e a falta de compostura, mas estou, realmente, de cabeça perdida.)

Só desconsiderações, maus tratos, injustiças e ingratidões.

Ah! Mas eu um dia volto. Ai volto, volto.

E hei-de vingar-me. Ai se hei-de!

A tia desculpe-me os desabafos.

A tia, a minha família e três ou quatro amigos (afinal, todo o mundo) sempre me fizeram ver que sou um predestinado. Um valor imperdível.

Mas há sempre que contar com os ingratos!... E os invejosos!

Ainda vão sentir a minha falta – estou mais que certo disso. Mas não sei se voltarei a estar disponível…

Um beijo grande

Toninho

PS (o que me custa escrever estas duas letras!):

Acerca daquele assunto de que a tia me falou no último telefonema (que a sua reformazinha sempre está disponível para mim…): tia, pelo amor de Deus, espero bem que não seja preciso nada. Creio que ficarei com algum pé-de-meia (como ex-primeiro); depois sempre farei um ou outro programazito da bola, na TV, assim espero.

Outra questão é a casa. Aí – e já que volto a estar sem casa, e o dinheiro não sobra (basta pensar nas pensões de alimentos que tenho de pagar a tantos filhos e ex-mulheres!) – aí, dizia eu, sou capaz de aceitar a oferta da tia, da tal casinha no Beco da Fonte, ao bairro do Tancredo!

Verdade que são outras as minhas ambições, mas não é altura de estar com exigências.

Outro beijo saudoso e grato do seu

Toninho

“DOSE DE… MENTALIDADE”

O sr Felisberto, para um cliente lá da leitaria, sportinguista de todos os costados:

“olhe, sr Amadeu, também a mim o Sporting me dá muitas consumições. E já estou como o outro que disse que Sporting precisa é de uma dose forte de… mentalidade. Não tenha dúvida.”

quinta-feira, fevereiro 24, 2005

À CONVERSA COM O SR FELISBERTO


- “Viva, Amigo!
Dá a impressão que hoje vem com mais pressa…”

- “É verdade, sr Felisberto. É que hoje já é mais tarde… Perdi um bocado mais tempo a levar a miúda à escola.”

- “Não tenha problema. Palavreamos outro dia.”

- “Então, já não está com tanto medo da maioria absoluta do PS?”

- “Tive, realmente, um bocado de medo que, com a maioria, o homem desarvorasse por aí fora sem ligar ao pessoal…”

- …

- “Mas com a declaração dele, naquela noite de Domingo, fiquei mais tranquilo…”

- “Mas repare…”

- “... Bom, e a verdade é que a maioria lhe traz mais responsabilidade, essa é que é essa!”

- “Era, exactamente, o que eu lhe ia dizer. Assim, o Sócrates não tem qualquer desculpa, não é isso”

- “Claro. Nem mais…”

- “Desculpe, sr Felisberto, mas tenho mesmo de ir nas corridas. Até mais logo.”

- “Vá com calma, Amigo. “Devagar que tenho pressa”, lá diz o povo. Saúde, Amigo.”

terça-feira, fevereiro 22, 2005

À CONVERSA COM O SR FELISBERTO

-“Viva, sr Felisberto! Então e no Domingo, como foi?

- “Ora, o que tinha que ser! O que estava escrito – estava bem de ver.

- “Foi uma decisão difícil, ou quê?”

- “Bom, cá por mim, queria ir deitar pelos três da esquerda, pois os valores e as políticas da esquerda é que me interessam. Mas não podia, claro…”

- ???

- “Bom, mastiguei, mastiguei os meus pensamentos: deitar pelo Bloco, é deitar pelas ideias arejadas, pela juventude criativa, pelo dinamismo das políticas sociais que tanta falta fazem a este país. Descontando exageros que, com o tempo hão-de passar.

Deitar pelo PC é esquecer muitos erros do passado – condenáveis, não tenha dúvidas - e atentar na voz sensata da experiência dos que ainda dão voz aos que não têm voz ou não se conseguem fazer ouvir – como há dias dizia uma senhora jornalista no Público, que leio todos os dias (às vezes leio A Capital, também)…

Deitar no PS é apostar num socialismo democrático, moderno. Empenhado nas políticas que nos levam para diante, para o progresso… É estar virado para o futuro a pensar em todos e não só nalguns.”

- “É difícil, sr Felisberto. Complicado, não é?”

- Claro que é. As coisas importantes nem sempre são fáceis. Mas as mais difíceis são as que sabem melhor, como se costuma dizer. Ou não é assim?
Ora bom. Pensei. Voltei a esquadrinhar tudo cá na cabeça (aponta). E perguntei a mim mesmo: e agora, Felisberto?
Digeri tudo e decidi-me.”

- “E não se arrependeu, ora não?”

- “Não. Isso eu já sabia que não me ia arrepender.”

- “Diga-me lá, sr Felisberto, e como é que cozinha tão bem todos esses seus pensamentos?”

- “Ora! Estive sempre muito atento a tudo à minha volta. Procurei relacionar-me sempre com pessoas com cabeça. Li muito – leio muito, digo. Sobretudo, estou sempre atento.”

- “Sabe, sr Felisberto: eu aprendo muito consigo…

- “Ah!... (sacode a mão para o lado, na negativa)”

- “Acredite, que é a verdade (bebe o último golo do café). Por mim ficava aqui mais tempo a conversar… Mas… Tenho de ir. Um bom dia e até logo.

- “Saúde, amigo. Bom trabalho.”

DUAS NOTAS

1. Concordo com a opinião de que os posts deste blog são de difícil leitura: o tipo de letra escolhido não foi o melhor. É verdade. Vou alterar. (Espero que a melhora mais significativa não seja essa.)

2. Tentei, a todo o custo, convencer o sr Felisberto a deixar o "desconversando" e a migrar para o outro blog. Sem resultado.
Não quer sair daqui. Teima em continuar cá.
Impossível demovê-lo.

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

NOVA CARTA DA TIA AMBRÓSIA AO TONINHO


Querido Toninho

Como eu compreendo o rico!
Como eu estou com o menino!

São tão más e tão desumanas, as pessoas, para o meu querido!
Imagine-se bem: desperdiçar um governante e um chefe de um partido como o Antoninho…

São uns ingratos, é que são todos. E uns comunistas. E uns agentes do demónio.

Deus o proteja, meu rico. Deus há-de recompensá-lo de tantas maldades que lhe fizeram.
Veja bem: comícios a abarrotar de gente, com mais de 500 pessoas… Se já se viu!...Camionetas e camionetas de pessoas para as manifestações do rico filho!
[Desculpe, Toninho, que ninguém nos ouve nem vê: essas manifestações eram como as outras do Senhor Presidente Salazar? Mas, e depois? O povo é tão ingrato que tem de ser empurrado, pois claro. E então? Claro que está certo. Deixe lá. O que os outros têm é inveja, está visto]

Como estou preocupada e triste com o que lhe aconteceu ontem, e ao Rodriguinho da minha alma!

Santo Deus! Senhor dos Aflitos! Nossa Senhora das Graças! Que bárbaros todos os que votaram no comunista desse tal Sócrates… Ele que até tem um nome que vem lá das profundezas dos tempos, mas que deve ser um agente das profundezas do inferno.

Fiquei muito, mas mesmo muito triste por terem derrotado uns meninos de ouro como o Toninho e o Rodriguinho: como se desprezam valores como os meus ricos! Pessoas sérias, competentes, capazes, dedicadas à Pátria a Deus e à Família, pessoas maduras, desinteressadas de si próprios, só preocupas com o bem do País!

Como é possível que tenha acontecido uma desgraça destas!

E agora, como é que o rico vai viver?
Para onde vai morar?

Que desgraça! Nossa Senhora das Candeias o proteja para todo o sempre.

Todo o amor e um beijinho enorme, com toda a ternura, da sua sempre dedicada que o não esquece um só dia nas suas orações

tia Ambrósia

COMUNICADO


O sr Felisberto recebeu o seguinte comunicado, de que pede a maior divulgação possível:

REFORMA/APOSENTAÇÃO

Novas Regras - Limite de idade (70 anos)

Adequação dos Organismos ao limite de idade para aposentação:
tendo em vista a nova idade mínima para aposentação, sugerimos que
sejam tomadas algumas providências para sobrevivência de toda e
qualquer empresa/repartição pública:

  1. transformação das escadas existentes em rampas com corrimão não escorregadio;
 
  1. colocação de suporte para apoio nas casas de banho após a ampliação para possíveis cadeiras de rodas;
 
  1. substituição de todo o sistema de telefones, por aparelhos mais modernos que possibilitem que a perda de audição provocada pela idade avançada, seja compensada com o aumento de volume amplificado;
 
  1. aumento de tamanho de todas as fontes de impressão dos documentos emitidos a partir desta data, possibilitando a leitura em futuro próximo;

  1. compra de lentes de aumento para distribuição aos funcionários;

  1. aumento de tamanho dos monitores de computador para 27 polegadas;

  1. implementação dos seguintes tipos de falta não descontada:

- esquecimento do local de trabalho;
- esquecimento de como se faz o trabalho;
- falta de ar;
- incontinência urinária;
- dor nas costas;
- comparência em funeral de colegas que estavam prestes a aposentar-se;

  1. implementação de porta bengalas em todas as mesas de trabalho;

  1. despertador individual para casos de sono diurno;

  1. aumento das letras de todos os computadores;

  1. instalação de uma UTI Geriátrica de última geração;

  1. aumento do "time-out" para o encerramento das portas dos elevadores, tendo em vista a agilidade de locomoção dos empregados/funcionários ainda existentes;
 
  1. aquisição de armários para fraldas e remédios para uso dos empregados/funcionários;

  1. proibição de qualquer actividade ou vestuário dos empregados/funcionários mais novos que possa provocar ataque cardíaco ou desregulamento do marca-passo do colega, próximo da idade mínima em questão;
 
  1. criação de exercícios físicos voltados para a terceira e quarta idade;

  1. revisão da avaliação de desempenho do empregado/funcionário, incluindo o item "Lembrança da Senha", sendo que o funcionário, prestes a reformar-se/aposentar-se nos termos da lei, que ainda se lembre da sua senha, tenha a nota máxima neste item;

  1. alteração nas instruções de pedido de aposentação;

  1. incluir atestado de óbito.

O sr Felisberto pediu esta divulgação, não tanto atendendo à idade nele prevista, mas por se falar, com insistência, na intenção do ainda vigente governo em implementar tal patamar etário a partir dos 80/85 anos.

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

À CONVERSA COM O SR FELISBERTO

Enquanto tomava a minha bica na leitaria do sr Felisberto, aqui no bairro – ´”A Flor de Vinhais” – ele fazia-me o ponto da situação das últimas da política: “não sou capaz de entender aquela de o Presidente Sampaio não poder lembrar às pessoas para deitarem nos mais dignos de crédito! Ora essa! Que havia o homem de dizer? Essa agora…!”
“Sabe, sr Felisberto – respondi – o Presidente tem bem consciência da situação que se vive entre nós! Ele não pode ficar calado!”
“Ora, com certeza! Qual é a dúvida?”

Ouve-se, em fundo discreto, um concerto de piano.

“O sr Felisberto tem bom gosto. Gosta de boa música” – observei.
“É certo. Convivi com pessoas que me influenciaram os gostos. Gosto muito de piano e de violino. E de orquestras. Gosto de música clássica. Este é um dos CD’s que tenho estado a comprar com o Público: é (lê) a “Heróica” de Chopin.”
“Mas gosta também doutra música!” – procurei confirmar.
“Nem de toda. Sou realmente esquisito. Dos modernos cantores da nossa praça, só gosto da Dulce Pontes, daquela que canta os “pássaros do Sul”, da…
“Mafalda Veiga” – esclareci.
“E-xac-ta-men-te! Essa mesma. Também gosto de algumas do Xico Fininho, como se chama mesmo ele?”
“Rui Veloso”.
“Tal e qual.”
“Mas… e os gostos dos clientes? Como resolve isso?”
“Ora, não posso dar-lhes aquilo de que gostam muitos deles: Quim Barreiros; Marco Paulo…”
“E os clientes não protestam com a música que passa aqui?”
“Para já ponho-a baixinho… Nem chega a incomodar. Eu oiço-a bem. E gosto. Os que não gostam…paciência! Não é por isso que lhes vou alimentar os gostos que alguns têm, com pimpineiras e pimbalhadas. Não concorda comigo?”
“É claro que sim. Mas eu não vou pagar o preço que o sr pode ter de pagar por isso…”
“Não se preocupe. Eu respondo-lhes e dou-lhes a volta. Não sou pessoa de muitas letras, mas sou capaz de os acalmar!”

“Até mais logo, sr Felisberto. Um bom dia e um bom negócio.”
“Adeus, amigo. E não desespere, qu’isto há-de mudar”

OUTRA CARTA DA TIA AMBRÓSIA AO TONINHO

Querido Toninho

As saudades que eu tenho do rico!

E como eu estou preocupada com o menino: alguns não o compreendem; e tratam-no mal; e desconsideram-no! Tão maus, meu Deus! Tão injustos, Santo Senhor dos Céus!

As barbaridades que fazem ao rico filho da minha alma, e ao Rodriguinho.

Os meninos que tudo têm feito para recuperar o tempo perdido nestes horrorosos trinta anos e voltar ao tempo de felicidade do bom e providencial Prof Salazar - Deus o tenha na sua santa morada!

Estive antes d’ontem com a Eduardinha: não se cansa de se lastimar da sorte que teve com o Nelinho. Que o irmão, o Rodriguinho, esse sim: temente a Deus, muito responsável, muito respeitador das leis de Nosso Senhor e da sua Santa Madre Igreja!

O Nelinho? Que horror: metido com os comunistas, esses agentes de Satanás. Companheiro desse tal… Lou… Ai, como é: Lou. Não. Ah!: Louçã. Isso mesmo: Louçã – que até tem um ar e uma vozinha de pessoa piedosa… Mas que é um terrível agente do demónio!... O que ele foi capaz de dizer ao Rodriguinho! As poucas vergonhas que ele insinuou – coitadinho do meu rico menino. Deus o ajude nesta dura provação. Os desígnios do Senhor são insondáveis! Talvez Deus tenha misericórdia desses desavergonhados.

O rico Toninho também tem sofrido muito com todos estes excomungados. Imagine-se que até os bispos! Mensageiros do demónio, os senhores bispos - era só mesmo o que nos faltava. Comunistas, os senhores bispos, se já se viu. Deus tenha compaixão deles e os traga ao bom caminho.

Sabe lá o rico, que até a Ricardina – prima da Eduardinha, lembra-se? – até a Ricardina está um bocado de esguelha com o patriótico partido do querido filho! Que eu percebo bem porquê: o marido, coitado – que Deus tenha na sua santa presença, se é possível – o marido era contra o Senhor Prof Salazar, esse iluminado protector de Portugal! Portanto, devia ter alguma coisa de comunista – credo, que horror Santo Deus. E o filho, coitado, teve de reformar-se aos 49 anos! Mas então: não temos de nos conformar com a divina vontade do Senhor? Não acha, rico menino? Pois claro.

Mas não lhe quero roubar mais tempo. Só lhe desejo, meu bom e querido menino, que as pessoas más não o atormentem mais. Que compreendam a sua dedicada e abnegada entrega pelo bem do nosso querido Portugal, Com toda a sua competência, com o seu discernimento, com o seu enorme sentido de responsabilidade.

Receba, meu rico, um beijo grande e terno da sua sempre muito amiga e dedicada que não o esquece um dia só nas suas orações

Tia Ambrósia

domingo, fevereiro 13, 2005

A GLOBALIZAÇÃO, OU O LONGE-PERTO

A globalização ainda não é completamente compreendida por toda a gente.

Mais do que em tempos, o longe, em regra, deixou de ser longe. Passou a ser perto. É já ali: instantaneamente, na TV, ou ao telefone; a poucas horas, de avião; a escassos dias, pelo correio.

E está tudo perto!

E nem é preciso fazer o esforço de elevar a voz, como faz a D. Etelvina para falar com a filha, para Vinhais, ou com a sobrinha, para Macau:

---«Estás! Estais boas?! Nunca mais tive notícias de vós, carago! Falai, criaturas! Escrevei!»

sexta-feira, fevereiro 11, 2005

O COMENTADOR DE RÁDIO

A determinação [Aaa] com que o ministro [Aaaaa] luta para conseguir impor [Aaaa] as regras mínimas [Aaaa] para tornar o sistema [Aaaaaaa], nesse âmbito [AAaaaaaa], sustentável [Aaaaa] e operacional, fazem crer [Aaaaa] que, finalmente [Aaaaaa], estamos no caminho certo [Aaa] nessa matéria. Pode mesmo [Aaaaaa] acontecer [Aaa] que, no espaço de uma [Aaa] legislatura [Aaa], tais regras tenham [Aaa], final e definitivamente [Aaaaa], caído num saudável [Aaa] e revigorante [Aaa] hábito.

Escolas?
Hábitos. Modernices.

domingo, fevereiro 06, 2005

"CONCORRÊNCIA DESLEAL"

Diz-me o Sr Felisberto, comerciante e pessoa muito conceituada aqui no bairro, com um ar muito sério:
- Acho que as televisões e os jornais, agora durante a campanha eleitoral, não deviam transmitir nada dos Carnavais, nem daqui nem dacolá…
- ???
- …É que não deviam permitir a concorrência desleal.

quinta-feira, fevereiro 03, 2005

O DEBATE ENTRE OS DOIS REIS DA CAPOEIRA

O moderador M faz as apresentações. E define as regras.

Os jornalistas A, B e C concentram-se.

O debate inicia-se.


O moderador apresenta o tema.

O jornalista A põe a questão.

M: o Sr Dr SL tem a palavra

SL: bla, bla, bla, bla………….bla…

M:30 segundos

SL: … bla, bla, bla……..

M: sinal vermelho

SL: bla, bla, bla

M: Sr Dr SL, terminou o seu tempo

SL: e bla e BLA.

M: Sr Engº JS quer replicar?

JS: com certeza (desenvolve o tema com alguma clareza…)

M: 30 segundos

JS: (e tal… e arruma o outro galo)

M:Sr Dr SL quer responder?

SL: bla, bla, bla…..bla, bla….

M: 20 segundos

SL: bla, bla, bla……….

M: 10 segundos

SL: piu, piu, piu……bla, bla, bla…

M (interrompendo): terminou o seu tempo. Apresenta novo tema. Jornalista B põe a questão.

M: Sr Engº JS tem a palavra

JS: (responde assertivamente…)

M: 30 segundos

JS: (… e com objectividade)

M: Sr Dr SL quer responder?

SL: bla, bla, bla ………. E porque torna piu, piu… E porque deixa piu, bla, bla, piu

M: 10 segundos

SL: piu, piu…….. bla, bla, bla

……………………………….

E assim sucessivamente.

Com uma diferença : a certa altura, depoi de JS, numa das suas respostas, ter levado o opositor ao tapete, M perguntou a SL se queria responder. A resposta – única possível – foi : “nesse ponto, não”.

Pudera!

De resto foi tudo igual : JS com algumas ideias, SL sempre com o mesmo bla, bla.

No fim, porque nestes combates não é costume, e porque M não é nenhum juiz de box, ele não levantou o braço de JS. Mas deu por terminado o debate.

OS POLÍTICOS E AS BENGALAS QUÍMICAS


Quem já ouviu alguma vez – a instâncias de algum entrevistador – um político reconhecer que precisa de uma bengala química, soporífero e ou calmante, para se dar tréguas e aguentar o enorme stress do dia-a-dia?

Nunca. Nenhum. Todos afirmam o contrário.
Era o que faltava: dar tamanha prova de fraqueza(!?)

Um dia, tirei-me dos meus cuidados e decidi investigar, por minha conta.

Transformei-me em mosca e, sem cerimónias, penetrei, várias vezes, nas alcovas de todos eles, dos “senadores” aos mais novatos, espreitando as respectivas mesas-de-cabeceira.

Quanto aos muito veteranos – hoje mais passivos e afastados dos problemas mais nevrálgicos – fui notando um cada vez menor recurso às tais mezinhas. Mas quanto aos demais… Meu Deus: que farsantes! Que mentirosos!

Tirei as minhas conclusões, claro.
Não fiquei com dúvidas – até porque aqui não se põe em causa a fiabilidade do estudo, como acontece com as sondagens: aqui o universo é a totalidade dos políticos; não há margens de erro, indecisos, abstenções ou “casos” em branco. Nada disso.

O resultado é que 99,99% daquele universo têm de se socorrer daquelas droguitas.

Só encontrei dois que não tomam nada, na verdade. Não porque tenham a consciência menos pesada ou sejam mais resistentes aos problemas do dia-a-dia. Nada disso: só porque levam isto “numa boa”, na brincadeira, e não têm consciência.

quarta-feira, fevereiro 02, 2005

O CAPUCHINHO VERMELHO E O PEDRINHO

… E o capuchinho vermelho, já de cabeça perdida, disse para o lobo: não tarda que vou fazer queixa de ti ao teu chefe!


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